Caro Leitor
A última semana transcorreu de maneira relativamente tranquila, embora tenha sido marcada por uma tendência negativa, impulsionada principalmente por preocupações geopolíticas, notadamente aquelas relacionadas ao Mar Vermelho. Além disso, observa-se um desconforto crescente em relação à iminente recessão na economia dos Estados Unidos (EUA), o que tem deixado os investidores mais cautelosos, aguardando com apreensão o início da temporada de divulgação de resultados das empresas americanas. No âmbito doméstico, o Ibovespa encerrou a semana com uma queda de 0,78%, fechando em 130.988 pontos.
Ao analisarmos retrospectivamente o ano anterior, 2023, podemos constatar uma série de eventos impactantes, tanto em nível nacional quanto global, que exerceram influência significativa sobre a economia. Navegando por ativos de risco, enfrentando desafios e celebrando momentos positivos, o mercado obteve um impulso considerável, preparando-se para adentrar 2024 com uma perspectiva mais otimista e fortalecida. Está pronto para explorar ativos subavaliados em termos de múltiplos. As orientações fornecidas pela equipe “Qwertying” desempenharam um papel crucial ao longo do ano, auxiliando os investidores na alocação de recursos e proporcionando resultados consistentes em operações de curto e longo prazo.
O ano de 2024 se desenha como um período marcado pela redução das taxas de juros globalmente, ajustando o mercado de ativos para oferecer retornos sólidos aos investidores. Os cortes nas taxas de juros, tanto no Brasil quanto nos países desenvolvidos, como os Estados Unidos, são momentos raros e positivos, sinalizando a possibilidade de o Ibovespa continuar sua trajetória ascendente, potencialmente quebrando recordes e alcançando a estimativa de 142 mil pontos.
Com o afrouxamento monetário e o ciclo de queda de juros tanto no Brasil quanto no exterior, os investimentos em renda fixa tornam-se menos atraentes em comparação com opções em renda variável, como ações.
No contexto nacional, o ano de 2024 estará fortemente vinculado à política fiscal do governo Lula, que já atingiu o recorde de US$ 98,8 bilhões em 2023, representando um aumento de 60,6% em relação ao ano anterior.
Já nos Estados Unidos, ao longo de 2023, os bancos regionais enfrentaram desafios significativos que quase resultaram na quebra do sistema financeiro americano. Nesse cenário crítico, o Federal Reserve (FED) interveio, restaurando a estabilidade com dados extremamente positivos relacionados à inflação ao consumidor (CPI) e à inflação ao produtor (PPI). Surpreendentemente, os pedidos de auxílio-desemprego indicaram uma desaceleração na inflação americana, fortalecendo a perspectiva de que as taxas de juros não devem ultrapassar os 5% em um futuro próximo.
Nos últimos meses, observamos uma consistente queda nas taxas dos treasuries de dez anos nos EUA, passando de 4,99% para 3,80%, perdendo o protagonismo junto aos investidores. Em resposta, os mercados acionários ao redor do mundo experimentaram uma recuperação notável, destacando-se o S&P500, que registrou crescimento nesse período. Apesar dos diversos desafios enfrentados, o Brasil voltou a atrair expressivo interesse de investidores estrangeiros na B3, testemunhando um aporte de aproximadamente R$ 44,9 bilhões em 2023, o segundo maior volume da série histórica. Essa marca consolida o país como um destino atrativo para aplicações financeiras.
O cenário internacional favorável aos ativos de risco também está estimulando os investidores locais. Com investidores estrangeiros alocando recursos significativos globalmente, o Brasil ressurge como uma opção de investimento atrativa. O mercado já assimilou a dinâmica do governo Lula, e embora a transição de Bolsonaro tenha sido desafiadora, a inflexão do ciclo já está em andamento. Após três meses de retiradas de investimentos, o país acumulou um retorno expressivo de aproximadamente R$ 11 bilhões em novembro, refletindo a busca por oportunidades promissoras.
Na China, as tensões comerciais persistem devido à fraca demanda interna, sendo a solução para este problema buscada no aumento das exportações. No terceiro trimestre de 2023, o PIB chinês registrou um crescimento de 1,3% em comparação com o trimestre anterior, superando as expectativas de mercado (0,9%). Esse desempenho evidencia uma expansão econômica contínua, reduzindo o risco de uma desaceleração mais acentuada, o que seria especialmente prejudicial para o mercado de commodities e teria impacto direto sobre o Brasil.
No cenário brasileiro, as projeções para o IPCA em 2023 foram revisadas para cima, passando de 4,46% para 4,47%, enquanto a expectativa de inflação para 2024 diminuiu de 3,92% para 3,90%, marcando a terceira semana consecutiva de aumento. Quanto à Taxa Selic, as projeções indicam 9,00% em 2024 e 8,50% em 2025.
Até o momento, as recomendações semanais de operações “short” têm apresentado resultados positivos. Na última semana, o Ibovespa registrou uma queda moderada de -0,78%, e das cinco ações sugeridas pela equipe QWERTYING, quatro apresentaram altas significativas (SBFG3 9,40%, ARZZ3 4,24%, RENT3 0,83% e TGMA3 0,41%), enquanto uma teve queda (INTB3 -4,17%). Isso resultou em um saldo líquido positivo de 1,85%, superando o desempenho do Ibovespa, que teve uma queda de -0,78%.
Estamos atentos aos impactos da queda nos yields dos Treasuries, que, por enquanto, mostram-se positivos, enquanto a curva de juros encerrou mais uma vez em declínio em toda a sua estrutura a termo. Este artigo é especialmente relevante para investidores interessados em oportunidades na Bovespa. Através da análise semanal das “QWERTYING Dicas”, proporcionamos uma visão abrangente das ações com desempenho positivo e negativo desde janeiro de 2020, oferecendo uma base sólida para suas decisões de investimento.
Mantivemos uma postura otimista em relação aos ativos brasileiros ao longo do tempo, o que nos levou a assumir riscos mais substanciais. Com o índice Ibovespa atualmente situado em 131 mil pontos, os investidores que seguiram nossas sugestões estão desfrutando de ganhos acumulados nos últimos meses em operações “short” com duração de cinco dias.
A seguir, procederemos com uma análise de cinco ações atualmente subavaliadas na Bovespa. Esses ativos têm o potencial de ser excelentes adições à sua carteira de investimentos, com a capacidade de gerar lucros em um horizonte de até dois anos.
Análise detalhada de cinco ações com bom potencial de compra na Bovespa
Neste artigo, empreenderemos uma análise minuciosa de cinco ações atualmente listadas na Bovespa, identificando uma tendência de desvalorização que pode atrair investidores em busca de oportunidades em empresas com potencial de recuperação. Examinaremos o desempenho de cada empresa em diferentes intervalos de tempo, calculando a média mensal correspondente de perda.
1. Intelbras (INTB3)
A Intelbras (INTB3) enfrentou uma desvalorização significativa de 24% nos últimos oito meses, com uma média mensal de depreciação de 3,0%. Reconhecida como a principal fabricante nacional de câmeras, equipamentos de segurança eletrônica, painéis de sistemas solares e sistemas de comunicação, a Intelbras informou que, a partir de 1º de janeiro de 2024, passará a fabricar e comercializar, de forma exclusiva no Brasil, soluções para o mercado de provedores de internet, buscando uma presença ainda maior no segmento e ampliação da capilaridade dos negócios.
2. Centauro Grupo SBF (SBFG3)
O Grupo SBF (SBFG3), associado à Centauro, enfrentou uma desvalorização considerável de 49% ao longo de vinte e quatro meses, exibindo uma média mensal de queda de 2,0%. Dado seu papel destacado no setor esportivo no Brasil, a Centauro tem o potencial de se recuperar à medida que supera os desafios, especialmente relacionados ao ajuste de estoques acumulados em seus depósitos devido a apostas anteriores durante eventos relevantes em produtos de uma marca específica de materiais esportivos. Assim, é possível vislumbrar a valorização à medida que a economia se estabiliza. A SBF, dona da Centauro, enfrenta um momento desafiador na bolsa, mas sua atratividade pode proporcionar bons retornos.
3. Hapvida Saúde (HAPV3)
A Hapvida Saúde (HAPV3) sofreu uma desvalorização de 29% ao longo de quinze meses, resultando em uma média mensal de queda de 1,9%. Com expectativas de cortes mais expressivos nas taxas de juros, os investidores terão a oportunidade de aumentar sua exposição ao setor de saúde em suas carteiras. A Hapvida teve queda na sinistralidade nos últimos trimestres, continuando a ser uma empresa de difícil análise devido a diversos fatores econômicos. No entanto, o ativo encontra-se em uma faixa de preço atrativa, o que justifica nossa recomendação de compra.
4. Lojas Renner (LREN3)
A Lojas Renner (LREN3) teve uma desvalorização de 62% ao longo de quarenta meses, com uma média de queda mensal de 1,5%. Considerando sua presença consolidada no mercado varejista de moda, a empresa pode se recuperar à medida que a confiança do consumidor aumenta.
5. Méliuz (CASH3)
A Méliuz, empresa mineira que opera programas de cashback e foi criada em 2011, enfrentou uma desvalorização significativa de 18% nos últimos doze meses, apresentando uma média mensal de queda de 1,5%. Contudo, à medida que a economia se estabiliza e o crédito no varejo aumenta, existe um potencial de recuperação em seu preço. Portanto, nossa recomendação é de COMPRA.
Cinco ações para considerar vender, dada sua valorização expressiva na Bovespa:
Se você é detentor de posições nos ativos mencionados a seguir, pode ser pertinente avaliar a oportunidade de realizar lucros por meio de vendas. Apresentamos agora cinco ações que experimentaram os mais significativos aumentos de valor no período, cuidadosamente selecionadas pela equipe da QWERTYING através da BOVESPA.
1. Petrobras (PETR4)
A Petrobras (PETR4) testemunhou um expressivo aumento de 50% em apenas oito meses, registrando uma média mensal de 6,3%. Diante desse crescimento substancial, é prudente considerar a oportunidade de vender e colher os lucros acumulados durante esse período.
2. Tegma (TGMA3)
Ao longo de dez meses, a Tegma (TGMA3) experimentou um notável crescimento de 46%, com um aumento médio mensal de 4,6%. Diante desse rápido aumento de valor, alguns investidores podem estar ponderando a possibilidade de realizar lucros e explorar outras oportunidades de investimento.
3. Petrorio (PRIOR3)
A Petrorio (PRIOR3) apresentou uma notável valorização de 37% em apenas nove meses, com um incremento médio mensal de 4,1%. Para aqueles que obtiveram ganhos substanciais em um período relativamente curto, pode ser sensato considerar a venda para assegurar os lucros conquistados.
4. Direcional Engenharia (DIRR3)
A Direcional Engenharia (DIRR3) registrou uma valorização de 38% em apenas onze meses, o que corresponde a um aumento médio de 3,5% por mês.
5. BTG Pactual (BPAC11)
O BTG Pactual Banco (BPAC11) valorizou-se em 81% em vinte e sete meses, apresentando um aumento médio de 3,0% por mês. Dada a magnitude dessa valorização, pode ser oportuno considerar estratégias de venda para capitalizar os lucros acumulados ao longo desse período substancial de apreciação.
DICAS “QWERTYING” – 12/01/24 – recomendações e oportunidades para comprar na segunda-feira e vender na sexta-feira “curto prazo”, seguem abaixo | |||||
ATIVOS | Data | Preço de Entrada | Preço Justo | Potencial de valorização | |
1 | ENEV3 | 15/01/24 | 20,88 | 21,25 | 66,67% |
2 | GOAU4 | 15/01/24 | 9,95 | 15,40 | 54,77% |
3 | SLCE3 | 15/01/24 | 17,67 | 22,00 | 24,50% |
4 | BBDC4 | 15/01/24 | 15,81 | 19,00 | 20,18% |
5 | SANB11 | 15/01/24 | 30,33 | 34,00 | 12,10% |
Conclusão
O dinâmico cenário do mercado financeiro exige constante adaptação, tornando essencial manter-se atualizado sobre novas tendências, instrumentos financeiros e estratégias para navegar com sucesso nesse ambiente em evolução.
É crucial destacar que, ao analisar o desempenho passado das ações recomendadas desde janeiro de 2020, não há garantias de resultados futuros. O mercado de ações está sujeito a diversos fatores, incluindo eventos macroeconômicos, políticos e até mesmo situações imprevisíveis, como pandemias.
Ao ingressar no mercado de ações, é fundamental adotar uma abordagem informada, prudência e paciência. Sempre que possível, buscar orientação de um especialista financeiro para conselhos personalizados com base na situação financeira e objetivos de investimento é recomendável.
É importante observar que muitos ativos estão atualmente com preços atrativos. Para investidores dispostos a assumir riscos com fundos não necessários nos próximos um ou dois anos, o momento pode ser propício para compras. No entanto, uma abordagem paciente e monitoramento cuidadoso do desempenho desses ativos são imperativos, avaliando posteriormente se mantê-los na carteira de investimentos é a decisão mais apropriada ou se a venda é mais vantajosa.
É crucial reter a ideia de que as orientações fornecidas neste contexto são precisamente isso – orientações. Elas devem ser interpretadas como tal. O investimento no mercado financeiro inevitavelmente envolve riscos, e buscar aconselhamento profissional antes de tomar qualquer decisão é altamente recomendado.
Lembre-se de que informações financeiras são tão voláteis quanto as nuvens no céu, podendo mudar rapidamente. Portanto, manter-se atualizado com notícias e atualizações é crucial. É prudente buscar informações em fontes confiáveis, considerando uma variedade de opiniões.
Investir em ações na Bovespa ou no mercado global envolve riscos substanciais, podendo impactar a totalidade do capital investido. No entanto, também oferece a oportunidade de obter ganhos expressivos. Em um ambiente financeiro dinâmico, a cautela aliada à busca constante de conhecimento é a chave para tomar decisões informadas e bem-sucedidas.
Escolhas da Equipe “Carteira QWERTYING”
Intelbras (INTB3)
A trajetória da Intelbras teve início em 1976, em Santa Catarina, com um enfoque inicial na fabricação de centrais e dispositivos eletrônicos. Atualmente, de acordo com pronunciamento da própria empresa, a Intelbras é reconhecida como a principal fabricante nacional de câmeras, equipamentos de segurança eletrônica e sistemas de comunicação. Alega ter presença em 98% dos municípios com potencial de consumo eletrônico no Brasil, além de exportar para diversas nações. Sua extensa rede de distribuição abrange 370 distribuidores e quase 80 mil revendedores.
Hapvida Saúde (HAPV3)
O Grupo Hapvida controla o Hapvida Saúde, o maior operador de planos de saúde do norte e nordeste e o terceiro maior do País em número de beneficiários. Adotando um modelo verticalizado, com foco em inovação e tecnologia, concentra-se em medicina preventiva e odontologia. Com uma rede própria de atendimento, possui aproximadamente 26 hospitais e prontos-atendimentos, 75 clínicas e 84 laboratórios. Em 2019, realizou a aquisição do Grupo São Francisco, ampliando suas operações para o Sudeste, Centro-Oeste e Sul do País. Com essa transação, a Hapvida estabelece uma presença relevante nas principais regiões do Brasil. O controle acionário da Hapvida pertence à Ppar Pinheiro Participações S.A., detentora de mais de 77% das ações ordinárias (HAPV3) da controlada. A operadora de planos de saúde realizou seu IPO em 2018 e está no Novo Mercado da B3.
Desejamos a você ótimos negócios e sucesso em suas decisões de investimento! Feliz 2024!
EQUIPE QWERTYING, 12/01/24.