Caro Leitor
O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, encerrou o pregão em 131.792 pontos, abaixo da expectativa de 137 mil pontos projetados para o final de 2024. Esse desempenho levanta dúvidas sobre a necessidade de um aumento na taxa Selic. Embora a elevação da Selic possa ter efeitos adversos, como a desaceleração do crescimento econômico a curto prazo devido ao encarecimento do crédito para empresas e famílias, além do aumento do custo da dívida pública, a decisão é complexa. É crucial equilibrar o controle da inflação com a manutenção da atividade econômica. Nesse contexto, elevar a Selic pode ser uma estratégia válida se as expectativas de inflação estiverem desancoradas e houver risco de perda de credibilidade no controle dos preços no Brasil. A previsão é que a Selic atinja 11,75% ao final de 2024.
No cenário doméstico, a Moody’s elevou a nota de crédito do Brasil para Ba1, com uma perspectiva positiva, deixando o país a apenas um nível de alcançar o grau de investimento. A decisão da agência reflete o crescimento econômico mais forte do que o esperado e as reformas estruturais significativas implementadas no país. Entretanto, o cenário fiscal e da dívida pública do Brasil ainda é considerado desafiador, segundo a avaliação da equipe Macro, indicando incertezas em relação à sustentabilidade fiscal a longo prazo. Essa atualização de nota, no entanto, pode aumentar a confiança dos investidores internacionais no Brasil, beneficiando o fluxo de capital estrangeiro e contribuindo para a estabilização da economia em um contexto de desafios fiscais.
O relatório de emprego dos EUA trouxe boas notícias, com um aumento inesperado nas contratações em setembro. Foram criados 254 mil novos empregos, bem acima das expectativas de 150 mil. A taxa de desemprego caiu para 4,1%, sinalizando um mercado de trabalho robusto. Esse resultado aumenta a probabilidade de que o Federal Reserve (Fed) reduza as taxas de juros em um quarto de ponto na próxima reunião, em vez de uma redução mais agressiva de meio ponto percentual. A economia mostra sinais de resiliência, mas o Fed pode adotar uma abordagem mais cautelosa na política monetária.
Os mercados reagiram positivamente aos dados. O Nasdaq Composite subiu 1,2%, o S&P 500 aumentou 0,9%, e o Dow Jones Industrial Average subiu 0,8%, atingindo um novo recorde. Enquanto isso, os títulos do Tesouro foram vendidos, e o rendimento do título de 10 anos subiu para 3,980%, refletindo a expectativa de ajustes nas taxas de juros. Esses números indicam uma economia dos EUA em crescimento, mas as decisões futuras do Fed continuarão a depender de novos dados econômicos.
No cenário global, a campanha de estímulo de Pequim parece ter revitalizado as ações chinesas, mostrando que os investidores estão respondendo positivamente às medidas de suporte da China para impulsionar sua economia. Isso pode continuar a influenciar os mercados globais, dependendo da eficácia dessas medidas de estímulo.
Por fim, as seleções semanais de operações “swing trade” da QWERTYING em 2024 tiveram desempenho inferior ao Ibovespa. Na semana de 30/09 a 04/10, o Ibovespa caiu 0,71%. Das cinco ações sugeridas, duas registraram alta (RENT3 com 1,33% e B3SA3 com 0,19%), enquanto três apresentaram queda (COCE5 com -3,26%, DIRR3 com -1,57% e INTB3 com -1,31%), resultando em um saldo líquido negativo de -0,91%, refletindo o desempenho negativo do índice.
Demonstração gráfica janeiro24 a outubro24
Desempenho do Ibovespa em 2024: Desafios e Oportunidades
Em 2024, o Ibovespa tem andado de lado e tirando o humor dos investidores, mas ainda apresenta um desempenho ruim em comparação com outras bolsas globais, acumulando resultado negativo de -1,91% no ano. Esse resultado é atribuído a desafios fiscais locais, com o sentido contrário na política monetária no Brasil, que aumentou a taxa Selic enquanto nos Estados Unidos, ocorreu um corte na taxa de juros. A equipe da QWERTYING está comprometida em identificar tendências de preço dos ativos de risco, apesar dos desafios, especialmente diante dos conflitos geopolíticos e da recente tragédia humanitária causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Esses eventos impactam significativamente os ativos de risco, potencialmente resultando na retirada de capital estrangeiro em busca de proteção.
Estamos monitorando de perto os impactos da redução nos rendimentos dos Treasuries, que até agora têm sido desfavoráveis, enquanto a curva de juros continua a se inclinar para cima. Este artigo é particularmente relevante para investidores interessados em oportunidades na Bovespa. Através da análise semanal das “Escolhas da equipe QWERTYING”, oferecemos uma visão abrangente das ações com desempenho positivo e negativo desde janeiro de 2020, em uma carteira composta por quarenta empresas acompanhadas, fornecendo uma base sólida para suas decisões de investimento.
Perspectiva Otimista e Desafios Recentes
Mantivemos uma perspectiva otimista em relação aos ativos brasileiros, assumindo riscos substanciais. À época o índice Ibovespa atingiu 134 mil pontos, os investidores que seguiram nossas orientações proporcionaram ganhos significativos no ciclo de 2023, especialmente em operações “Swing Trade” com duração de cinco dias.
No entanto, em 2024, nossos resultados apresentam um acumulado de -25,68%. Nas últimas semanas, arriscamos muito na escolha dos ativos e sofremos com a reversão no nosso acumulado, ante um acumulado Ibovespa também negativo de -1,91%. A nossa equipe tem o desafio de virar esse jogo, quem viver verá.
Análise Detalhada de Cinco Ações com Potencial de Compra na Bovespa
Neste artigo, realizaremos uma análise aprofundada de cinco ações atualmente listadas na Bovespa, destacando a tendência de desvalorização que pode atrair investidores em busca de oportunidades em empresas com potencial de recuperação. Avaliaremos o desempenho de cada empresa em diferentes períodos, calculando a média mensal de perda de valor nominal investido.
1. Stone (STOC31)
A Stone, uma fintech brasileira, tem passado por uma reforma na gestão e está expandindo sua plataforma de banking. Nos últimos oito meses, a ação sofreu uma desvalorização de 28%, resultando em uma média mensal de 3,5%. Apesar da penalização recente, a ação está subvalorizada, oferecendo uma oportunidade de compra com a esperada queda dos juros, que pode favorecer a recuperação da empresa.
2. Assaí (ASAI3)
A Sendas Distribuidora, operando como Assaí, registrou uma desvalorização de 60% nos últimos vinte meses, resultando em uma média mensal de queda de 3,0%. A companhia opera no Brasil sob a bandeira “Assaí” e é atualmente o maior player puro no segmento de cash and carry. Apesar da queda das ações no acumulado do ano, impactada também pela desaceleração da inflação dos alimentos, o Assaí tem apresentado um desempenho superior aos seus principais concorrentes, mostrando boa recuperação pós-pandemia. Além disso, o Assaí tem sido beneficiado por diversos fatores:
– Conversões do Hipermercado Extra: Os efeitos iniciais positivos das conversões do hipermercado Extra para o formato atacarejo têm mostrado maior crescimento.
– Redução da Alavancagem: Potencial redução da alavancagem nos próximos trimestres. A alavancagem foi gerada para financiar o negócio com o GPA e a conversão das lojas, mas com as lojas prontas e maduras, a geração de caixa deverá beneficiar esse cenário.
Diante desses fatores, temos uma recomendação de compra para o Assaí.
3. 3R Petroleum (BRAV3)
A A 3R Petroleum, é uma empresa especializada na revitalização de campos maduros de petróleo e foi fundada em 2014 por Ricardo Savini e Daniel Soares. A petroleira detém a qualificação de operadora “A” perante a ANP, um forte diferencial estratégico que habilita a empresa a operar campos de óleo e gás em áreas terrestres e em mar, inclusive em águas profundas e ultra profundas, como os do pré-sal, por exemplo. Sofreu uma desvalorização de 41% ao longo de dezessete meses, com média mensal de 2,4%, sendo uma das nossas recomendações de compra dentre as 40 cobertas por nossa análise. Em agosto de 2024, a petrolífera concluiu a incorporação da Enauta, empresa de exploração de petróleo, que detém participação em blocos de extração de petróleo no campo de Manati, no litoral da Bahia, e no campo de Atlanta, no litoral do Rio de janeiro.
4. Méliuz (CASH3)
O Méliuz é uma empresa mineira de programas de cashback criada em 2011. Nos últimos vinte e um meses, a ação sofreu uma desvalorização de 44%, numa média mensal de 2,1%. O negócio da companhia consiste em devolver ao consumidor uma parte do valor gasto na compra de um determinado produto online.Ao contrário de um programa de fidelidade, em que o dinheiro gasto seria convertido em pontos para descontos, o dinheiro que o Méliuz devolve vai direto para a conta do cliente, que pode gastá-lo ou investi-lo como bem entender. Se tornou em uma boa oportunidade de compra.
5. O Azzas 2154 (AZZA3)
O Azzas 2154 (AZZA3) resultou da fusão entre duas grandes empresas de moda: a Arezzo&Co, especializada em calçados, bolsas e acessórios femininos, e o Grupo Soma, dono de marcas renomadas como Animale, Farm e Hering. A negociação das ações AZZA3 iniciou em 1 de agosto de 2024. Nos últimos trinta e cinco meses a ação se desvalorizou em 44%, uma média mensal de 1,2% é uma boa oportunidade de compra.
Ações com Potencial de Realização de Lucros
Agora, se você mantém posições nos ativos mencionados a seguir, é aconselhável ponderar a possibilidade de realizar lucros por meio de vendas ou recompor a carteira. Apresentamos cinco ações que vivenciaram notáveis aumentos de valor nos últimos dois anos e meio, criteriosamente selecionadas pela equipe da QWERTYING através da Bovespa.
1. Embraer (EMBR3)
Ao longo de dezenove meses, a Embraer experimentou um crescimento expressivo de 122%, com um aumento médio mensal de 6,4%. Diante dessa rara valorização dentre os ativos brasileiros, alguns investidores podem considerar a realização de lucros e a busca por novas oportunidades de investimento. Essa performance faz da empresa uma das melhores em retorno de valor investido entre as quarenta ações que nossa equipe acompanha.
2. Direcional Engenharia (DIRR3)
A Direcional Engenharia registrou uma valorização de 120% em dezenove meses, correspondendo a um aumento médio de 6,0% por mês. A taxa de retorno sobre o capital investido é uma das mais promissoras do mercado.
3. Petrobras (PETR4)
A Petrobras testemunhou um aumento significativo de 76% em dezessete meses, com uma média mensal de 4,5%. Considerando esse crescimento substancial, é prudente avaliar a venda para realizar os lucros acumulados. Adicionalmente, a empresa está sob pressão do governo federal, seu maior acionista, para não distribuir lucros, o que pode impactar negativamente os acionistas minoritários.
4. Sabesp (SBSP3)
A Sabesp valorizou-se em 82% em dezenove meses, apresentando um aumento médio de 4,3% por mês. Dada a magnitude dessa valorização, pode ser oportuno considerar estratégias de venda para capitalizar os lucros acumulados ao longo desse período. Com a privatização recente da empresa, agora em mãos estrangeiras, quanto antes sair do ativo é melhor, historicamente uma empresa quando privatizada tem uma tendência de descapitalizar em favor aos donos do capital.
5. Smartfit (SMFT3)
A Smartfit, uma rede de academias de ginástica que atua em 13 países da América Latina e conta com 928 academias, valorizou-se em 45% em dezoito meses, representando 2,5% de média mensal. Dado o resultado relevante, é uma opção para realização de lucro caso o investidor queira trocar de ativo em sua carteira.
Operações “Swing Trade” Semanais.
ESCOLHAS “QWERTYING” – 04/10/94 – recomendações e oportunidades para comprar na segunda-feira e vender na sexta-feira “swing trade”, alocação de 20% do valor total disponível em cada um dos ativos que seguem abaixo: | |||||
ATIVOS | Data | Preço de Entrada | Preço Justo | Potencial de valorização | |
1 | ASAI3 | 07/10/24 | 6,97 | 13,00 | 86,51% |
2 | SBFG3 | 07/10/24 | 15,00 | 21,00 | 40,00% |
3 | CASH3 | 07/10/24 | 3,76 | 11,20 | 197,87% |
4 | TIMS3 | 07/10/24 | 17,75 | 24,00 | 35,21% |
5 | ITUB4 | 07/10/24 | 34,91 | 42,00 | 20,31% |
Conclusão
No dinâmico cenário financeiro atual, a adaptação constante é essencial para o sucesso. Manter-se atualizado sobre novas tendências, instrumentos financeiros e estratégias é crucial para navegar com êxito em um mercado em contínua evolução.
Vale destacar que o desempenho passado das ações na carteira QWERTYING desde janeiro de 2020 não garante resultados futuros. O mercado de ações é influenciado por diversos fatores, incluindo eventos macroeconômicos, geopolíticos e situações imprevisíveis, como pandemias e desastres naturais.
Ao ingressar no mercado de ações, é fundamental adotar uma abordagem informada, prudente e paciente. Recomenda-se buscar orientação de um especialista em investimentos para conselhos personalizados, considerando a situação financeira e os objetivos individuais de investimento.
Muitos ativos atualmente apresentam preços atrativos, oferecendo oportunidades para investidores dispostos a assumir riscos com fundos que não precisarão ser usados nos próximos um ou dois anos. No entanto, é crucial manter uma abordagem paciente e monitorar cuidadosamente o desempenho desses ativos, avaliando posteriormente se mantê-los na carteira é a decisão mais adequada ou se a venda é mais vantajosa.
É fundamental compreender que as informações fornecidas são apenas isso – informações. Elas devem ser interpretadas como tal. Investir no mercado financeiro envolve riscos inerentes, e buscar aconselhamento profissional antes de tomar qualquer decisão é altamente recomendado.
Lembre-se de que as informações financeiras são tão voláteis quanto as nuvens no céu, podendo mudar rapidamente. Portanto, manter-se atualizado com notícias e atualizações é crucial. É prudente buscar informações em fontes confiáveis e considerar uma variedade de opiniões.
Investir em ações na Bovespa ou no mercado global apresenta riscos substanciais, mas também oferece a oportunidade de obter ganhos expressivos. Em um ambiente financeiro dinâmico, a cautela aliada à busca constante por conhecimento é fundamental para tomar decisões informadas e bem-sucedidas.
Escolhas da Equipe “Carteira QWERTYING”
O Azzas 2154 (AZZA3)
O Azzas 2154 (AZZA3), fruto da fusão entre Arezzo&Co e o Grupo Soma, consolidou-se como uma grande força no varejo de moda. Com uma receita bruta anual superior a R$ 12 bilhões, a empresa administra 34 marcas, emprega cerca de 22 mil colaboradores diretos e possui mais de 2 mil lojas, 1,5 mil franquias e 22 mil pontos multimarcas. Suas operações estão divididas em quatro unidades de negócio: Calçados e Acessórios (incluindo marcas como Arezzo, Schutz e Vans), Vestuário Feminino Lifestyle (Farm, Animale, Maria Filó, NV, entre outras), Vestuário Masculino Lifestyle (Reserva, Oficina, Foxton, etc.) e Vestuário Democrático (Hering, Hering Kids, Hering Intimates e Dzarm).
Desejamos a você ótimos negócios e sucesso em suas decisões de investimento!
EQUIPE QWERTYING, 04 de outubro de 2024