Caro Leitor
O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, encerrou o pregão em 129.992 pontos, bem abaixo da expectativa de 137 mil pontos projetados para o final de 2024. Esse desempenho levanta dúvidas sobre a necessidade de um aumento na taxa Selic. Embora a elevação da Selic possa ter efeitos adversos, como a desaceleração do crescimento econômico a curto prazo devido ao encarecimento do crédito para empresas e famílias, além do aumento do custo da dívida pública, a decisão é complexa. É crucial equilibrar o controle da inflação com a manutenção da atividade econômica. Nesse contexto, elevar a Selic pode ser uma estratégia válida se as expectativas de inflação estiverem desancoradas e houver risco de perda de credibilidade no controle dos preços no Brasil. A previsão é que a Selic atinja 11,75% ao final de 2024.
Imagina como evitar que nossas expectativas de corte de juros pelo Federal Reserve não nos tornem vítimas de nós mesmos, emaranhando-nos em conceito tão confusos criado pelo mercado. Importante ter paciência, ficar de olho no desempenho das ações do setor financeiro, e aumentar investimento no médio prazo. Na sexta feira o índice S&P 500 e o índice Dow Jones atingiram novos máximos históricos. As ações do setor financeiro lideraram os ganhos com ganhos robustos, divulgados pelos bancos de seus resultados trimestrais. Conclui-se então que corte nas taxas de juros somado com a expectativa mais recentes dos dados sobre a inflação nos EUA impõem ao Federal Reserve a proceder os ajustes em novembro.
Quando os EUA cortam juros, os investidores globais podem buscar ativos em mercados emergentes, como o Brasil, para obtenção de maiores retornos. Por um outro lado, se o corte de juros nos EUA for por conta de uma percepção de fraqueza na economia americana, isso pode reduzir a confiança geral nos mercados globais, inclusive no Brasil, podendo até iniciar um movimento de venda de investidores aqui que preferem esperar para ver o impacto real do corte antes de reentrar no mercado. É preciso entender também que, um corte nos juros pode desvalorizar o dólar em relação a outras moedas. Isso pode afetar negativamente o mercado brasileiro, especialmente se os investidores estrangeiros, que muitas vezes são compradores de ações no Brasil, começarem a perceber menores retornos em dólar sobre seus investimentos aqui.
Observe-se também impacto no setor de commodities: Muitos países emergentes, como o Brasil, dependem fortemente da exportação de commodities. Se a redução de juros nos EUA for um reflexo de uma desaceleração econômica global, a demanda por commodities pode diminuir, afetando negativamente as empresas brasileiras que dependem desse setor.
Portanto, embora o corte de juros nos EUA possa inicialmente parecer positivo, seu impacto no Brasil depende das condições econômicas globais e da reação dos investidores aos sinais de risco e oportunidades em mercados emergentes.
No cenário global, a semana foi agitada para o mercado de ações chinês, encerrando com forte volatilidade e frustração entre os investidores devido ao pacote de estímulos econômicos divulgado pelo governo, que foi considerado insuficiente para impulsionar a economia. As expectativas agora estão direcionadas à coletiva de imprensa do ministro das finanças da China, marcada para este sábado. A expectativa é de que Pequim possa anunciar medidas mais robustas, incluindo um pacote de estímulos fiscais estimado em US$ 283 bilhões. Essa possível injeção de recursos tem o objetivo de acelerar o crescimento econômico e restaurar a confiança dos investidores, que continuam preocupados com o ritmo de desaceleração da segunda maior economia do mundo.
Por fim, as seleções semanais de operações “swing trade” da QWERTYING em 2024 tiveram desempenho inferior ao Ibovespa. Na semana de 04/10 a 11/10, o Ibovespa caiu -1,37%. Das cinco ações sugeridas, todas registraram queda (CASH3 com -6,91%, TIMS3 com -4,34%, ASAI3 com -3,59, SBFG3 com -1,33 e ITUB4 com -0,80), resultando em um saldo líquido negativo de -3,37%, refletindo o desempenho negativo do índice.
Demonstração gráfica janeiro 24 a outubro 24
Desempenho do Ibovespa em 2024: Desafios e Oportunidades
Em 2024, o Ibovespa tem andado de lado e tirando o humor dos investidores, mas ainda apresenta um desempenho ruim em comparação com outras bolsas globais, acumulando resultado negativo de -3,28% no ano. Esse resultado é atribuído a desafios fiscais locais, com o sentido contrário na política monetária no Brasil, que aumentou a taxa Selic enquanto nos Estados Unidos, ocorreu um corte na taxa de juros. A equipe da QWERTYING está comprometida em identificar tendências de preço dos ativos de risco, apesar dos desafios, especialmente diante dos conflitos geopolíticos e da recente tragédia humanitária causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Esses eventos impactam significativamente os ativos de risco, potencialmente resultando na retirada de capital estrangeiro em busca de proteção.
Estamos monitorando de perto os impactos da redução nos rendimentos dos Treasuries, que até agora têm sido desfavoráveis, enquanto a curva de juros continua a se inclinar para cima. Este artigo é particularmente relevante para investidores interessados em oportunidades na Bovespa. Através da análise semanal das “Escolhas da equipe QWERTYING”, oferecemos uma visão abrangente das ações com desempenho positivo e negativo desde janeiro de 2020, em uma carteira composta por quarenta empresas acompanhadas, fornecendo uma base sólida para suas decisões de investimento.
Perspectiva Otimista e Desafios Recentes
Mantivemos uma perspectiva otimista em relação aos ativos brasileiros, assumindo riscos substanciais. À época o índice Ibovespa atingiu 134 mil pontos, os investidores que seguiram nossas orientações proporcionaram ganhos significativos no ciclo de 2023, especialmente em operações “Swing Trade” com duração de cinco dias.
No entanto, em 2024, nossos resultados apresentam um acumulado de -29,05%. Nas últimas semanas, arriscamos muito na escolha dos ativos e sofremos com a reversão no nosso acumulado, ante um acumulado Ibovespa também negativo de -3,28%. A nossa equipe tem o desafio de virar esse jogo, quem viver verá.
Análise Detalhada de Cinco Ações com Potencial de Compra na Bovespa
Neste artigo, realizaremos uma análise aprofundada de cinco ações atualmente listadas na Bovespa, destacando a tendência de desvalorização que pode atrair investidores em busca de oportunidades em empresas com potencial de recuperação. Avaliaremos o desempenho de cada empresa em diferentes períodos, calculando a média mensal de perda de valor nominal investido.
1. Stone (STOC31)
A Stone, uma fintech brasileira, tem passado por uma reforma na gestão e está expandindo sua plataforma de banking. Nos últimos oito meses, a ação sofreu uma desvalorização de 28%, resultando em uma média mensal de 3,5%. Apesar da penalização recente, a ação está subvalorizada, oferecendo uma oportunidade de compra com a esperada queda dos juros, que pode favorecer a recuperação da empresa.
2. Assaí (ASAI3)
A Sendas Distribuidora, operando como Assaí, registrou uma desvalorização de 62% nos últimos vinte meses, resultando em uma média mensal de queda de 3,1%. A companhia opera no Brasil sob a bandeira “Assaí” e é atualmente o maior player puro no segmento de cash and carry. Apesar da queda das ações no acumulado do ano, impactada também pela desaceleração da inflação dos alimentos, o Assaí tem apresentado um desempenho superior aos seus principais concorrentes, mostrando boa recuperação pós-pandemia. Além disso, o Assaí tem sido beneficiado por diversos fatores:
– Conversões do Hipermercado Extra: Os efeitos iniciais positivos das conversões do hipermercado Extra para o formato atacarejo têm mostrado maior crescimento.
– Redução da Alavancagem: Potencial redução da alavancagem nos próximos trimestres. A alavancagem foi gerada para financiar o negócio com o GPA e a conversão das lojas, mas com as lojas prontas e maduras, a geração de caixa deverá beneficiar esse cenário. Diante desses fatores, temos uma recomendação de compra para o Assaí.
3. 3R Petroleum (BRAV3)
A A 3R Petroleum, é uma empresa especializada na revitalização de campos maduros de petróleo e foi fundada em 2014 por Ricardo Savini e Daniel Soares. A petroleira detém a qualificação de operadora “A” perante a ANP, um forte diferencial estratégico que habilita a empresa a operar campos de óleo e gás em áreas terrestres e em mar, inclusive em águas profundas e ultra profundas, como os do pré-sal, por exemplo. Sofreu uma desvalorização de 43% ao longo de dezessete meses, com média mensal de 2,5%, sendo uma das nossas recomendações de compra dentre as 40 cobertas por nossa análise. Em agosto de 2024, a petrolífera concluiu a incorporação da Enauta, empresa de exploração de petróleo, que detém participação em blocos de extração de petróleo no campo de Manati, no litoral da Bahia, e no campo de Atlanta, no litoral do Rio de janeiro.
4. Méliuz (CASH3)
O Méliuz é uma empresa mineira de programas de cashback criada em 2011. Nos últimos vinte e um meses, a ação sofreu uma desvalorização de 48%, numa média mensal de 2,3%. O negócio da companhia consiste em devolver ao consumidor uma parte do valor gasto na compra de um determinado produto online.Ao contrário de um programa de fidelidade, em que o dinheiro gasto seria convertido em pontos para descontos, o dinheiro que o Méliuz devolve vai direto para a conta do cliente, que pode gastá-lo ou investi-lo como bem entender. Se tornou em uma boa oportunidade de compra.
5. Suzano S.A. (SUZB3)
A empresa se destaca no setor de commodities como um produtor de menor custo. Nos últimos seis meses, a ação caiu 8%, resultando em uma média mensal de 1,4%. Seus pontos relevantes incluem:
– Expansão do Projeto Cerrado: A conclusão da expansão do Cerrado, com previsão de início de produção no segundo semestre de 2024, reforça a abordagem da empresa de otimização de custos por meio de um projeto de alto retorno. A taxa interna de retorno (TIR) desse projeto é superior ao custo de capital em diferentes cenários.
– Valuation Atrativo: A empresa apresenta uma avaliação atraente em diferentes métricas, como um FCF Yield de aproximadamente 11% para 2025 e um múltiplo EV/EBITDA de 5,3x para 2024, excluindo o projeto Cerrado. Este múltiplo representa um desconto de 25% em relação à média histórica de 7,0x.
Diante desses fatores, Suzano se apresenta como uma opção atraente para os investidores que buscam exposição ao mercado de celulose com uma empresa eficiente em custos e bem posicionada para capturar valor em um cenário de preços favoráveis.
Ações com Potencial de Realização de Lucros
Agora, se você mantém posições nos ativos mencionados a seguir, é aconselhável ponderar a possibilidade de realizar lucros por meio de vendas ou recompor a carteira. Apresentamos cinco ações que vivenciaram notáveis aumentos de valor nos últimos dois anos e meio, criteriosamente selecionadas pela equipe da QWERTYING através da Bovespa.
1. Embraer (EMBR3)
Ao longo de dezenove meses, a Embraer experimentou um crescimento expressivo de 120%, com um aumento médio mensal de 6,3%. Diante dessa rara valorização dentre os ativos brasileiros, alguns investidores podem considerar a realização de lucros e a busca por novas oportunidades de investimento. Essa performance faz da empresa uma das melhores em retorno de valor investido entre as quarenta ações que nossa equipe acompanha.
2. Direcional Engenharia (DIRR3)
A Direcional Engenharia registrou uma valorização de 112% em dezenove meses, correspondendo a um aumento médio de 5,6% por mês. A taxa de retorno sobre o capital investido é uma das mais promissoras do mercado.
3. Petrobras (PETR4)
A Petrobras testemunhou um aumento significativo de 75% em dezessete meses, com uma média mensal de 4,4%. Considerando esse crescimento substancial, é prudente avaliar a venda para realizar os lucros acumulados. Adicionalmente, a empresa está sob pressão do governo federal, seu maior acionista, para não distribuir lucros, o que pode impactar negativamente os acionistas minoritários.
4. Sabesp (SBSP3)
A Sabesp valorizou-se em 82% em dezenove meses, apresentando um aumento médio de 4,3% por mês. Dada a magnitude dessa valorização, pode ser oportuno considerar estratégias de venda para capitalizar os lucros acumulados ao longo desse período. Com a privatização recente da empresa, agora em mãos estrangeiras, quanto antes sair do ativo é melhor, historicamente uma empresa quando privatizada tem uma tendência de descapitalizar em favor aos donos do capital.
5. Porto Seguro (PSSA3)
A Porto Seguro é uma empresa do ramo financeiro com foco em seguros patrimoniais e de automóveis. Ela também atua com produtos financeiros e outras linhas de seguros, além de serviços. A Porto Seguro possui mais de 10 milhões de clientes., valorizou-se em 105% em trinta e três meses, representando 3,2% de média mensal. Dado o resultado relevante, é uma opção para realização de lucro caso o investidor queira trocar de ativo em sua carteira.
Operações “Swing Trade” Semanais.
ESCOLHAS “QWERTYING” – 11/10/94 – recomendações e oportunidades para comprar na segunda-feira e vender na sexta-feira “swing trade”, alocação de 20% do valor total disponível em cada um dos ativos que seguem abaixo: | |||||
ATIVOS | Data | Preço de Entrada | Preço Justo | Potencial de valorização | |
1 | CSAN3 | 18/10/24 | 12,10 | 31,80 | 162,81% |
2 | CASH3 | 18/10/24 | 3,50 | 11,20 | 220,00% |
3 | SLCE3 | 18/10/24 | 17,10 | 19,20 | 12,28% |
4 | TIMS3 | 18/10/24 | 16,98 | 24,00 | 41,34% |
5 | GOAU4 | 18/10/24 | 10,47 | 15,40 | 47,09% |
Conclusão
No dinâmico cenário financeiro atual, a adaptação constante é essencial para o sucesso. Manter-se atualizado sobre novas tendências, instrumentos financeiros e estratégias é crucial para navegar com êxito em um mercado em contínua evolução.
Vale destacar que o desempenho passado das ações na carteira QWERTYING desde janeiro de 2020 não garante resultados futuros. O mercado de ações é influenciado por diversos fatores, incluindo eventos macroeconômicos, geopolíticos e situações imprevisíveis, como pandemias e desastres naturais.
Ao ingressar no mercado de ações, é fundamental adotar uma abordagem informada, prudente e paciente. Recomenda-se buscar orientação de um especialista em investimentos para conselhos personalizados, considerando a situação financeira e os objetivos individuais de investimento.
Muitos ativos atualmente apresentam preços atrativos, oferecendo oportunidades para investidores dispostos a assumir riscos com fundos que não precisarão ser usados nos próximos um ou dois anos. No entanto, é crucial manter uma abordagem paciente e monitorar cuidadosamente o desempenho desses ativos, avaliando posteriormente se mantê-los na carteira é a decisão mais adequada ou se a venda é mais vantajosa.
É fundamental compreender que as informações fornecidas são apenas isso – informações. Elas devem ser interpretadas como tal. Investir no mercado financeiro envolve riscos inerentes, e buscar aconselhamento profissional antes de tomar qualquer decisão é altamente recomendado.
Lembre-se de que as informações financeiras são tão voláteis quanto as nuvens no céu, podendo mudar rapidamente. Portanto, manter-se atualizado com notícias e atualizações é crucial. É prudente buscar informações em fontes confiáveis e considerar uma variedade de opiniões.
Investir em ações na Bovespa ou no mercado global apresenta riscos substanciais, mas também oferece a oportunidade de obter ganhos expressivos. Em um ambiente financeiro dinâmico, a cautela aliada à busca constante por conhecimento é fundamental para tomar decisões informadas e bem-sucedidas.
Escolhas da Equipe “Carteira QWERTYING”
Stone Co (STOC31)
A Stone Co (STOC31), que atua principalmente no setor de meios de pagamento, sofreu bastante com pressões do mercado, refletindo em uma desvalorização das suas ações. Contudo, algumas análises recentes indicam que o preço atual já reflete os riscos enfrentados pela companhia.
A projeção de um múltiplo preço/lucro de 9,2x para 2025, junto com um preço-alvo fixado em R$ 110, sugere um potencial de valorização de 44%. Esses números reforçam a perspectiva de que a empresa pode estar subvalorizada no momento, o que cria uma oportunidade de crescimento para os investidores que apostarem em uma recuperação no médio e longo prazo.
Essa visão, no entanto, depende de uma melhora no cenário macroeconômico e operacional, que permita à Stone Co superar os desafios e melhorar seus resultados financeiros.Desejamos a você ótimos negócios e sucesso em suas decisões de investimento!
EQUIPE QWERTYING, 11 de outubro de 2024