Caro Leitor
A primeira semana de 2024 foi marcada por agitação nos mercados internacionais, com investidores expressando preocupações em relação à economia dos Estados Unidos. No cenário doméstico, o Ibovespa encerrou a semana com uma queda de 1,60%, fechando em 132.023 pontos.
Ao refletirmos sobre o ano anterior, 2023, testemunhamos uma série de eventos impactantes tanto em nível nacional quanto global, que influenciaram a economia. Navegando por ativos de risco, enfrentando desafios e celebrando momentos positivos, o mercado ganhou um impulso significativo, preparando-se para adentrar 2024 com uma perspectiva mais otimista e fortalecida, pronta para explorar ativos desvalorizados em termos de múltiplos. As recomendações da equipe “Qwertying” desempenharam um papel fundamental ao longo do ano, auxiliando investidores na alocação de recursos e proporcionando resultados consistentes em operações de curto e longo prazo.
O ano de 2024 é previsto para ser marcado pela redução das taxas de juros globalmente, com o mercado de ativos ajustando-se para proporcionar retornos sólidos aos investidores. Os cortes nas taxas de juros, tanto no Brasil quanto nos países desenvolvidos, como os Estados Unidos, destacam momentos raros e positivos, indicando a possibilidade de o Ibovespa continuar a subir, potencialmente quebrando recordes e atingindo a marca estimada de 142 mil pontos.
Observa-se no Brasil uma tendência de o mercado basear projeções que, ao final, se mostram meras conjecturas. Fazendo uma analogia com torcedores de futebol, surgem apostas de que determinados times serão rebaixados, enquanto apenas o nosso time é considerado o possível campeão. No início de 2023, por exemplo, o são-paulino Haddad apostou no arcabouço fiscal e na reforma tributária, enquanto o corintiano Lula expressou o desejo de transformar o Brasil à semelhança da Argentina, desfazendo reformas e privatizações. Salve o Brasil, de Haddad!
O país alcançou recorde de US$ 98,8 bilhões em 2023 que é 60,6% maior do que o registrado no ano anterior.
Nos Estados Unidos, ao longo de 2023, os bancos regionais enfrentaram sérios desafios que quase resultaram na quebra do sistema financeiro americano. Nesse cenário crítico, interveio o Federal Reserve (FED), resgatando a estabilidade com dados altamente positivos referentes à inflação ao consumidor (CPI) e à inflação ao produtor (PPI). Surpreendendo positivamente, os pedidos de auxílio-desemprego indicaram uma desaceleração na inflação americana, fortalecendo a visão de que as taxas de juros não devem aumentar além dos 5% em um futuro próximo.
Com as taxas de 10 anos nos EUA consistentemente em declínio nos últimos dois meses (de 4,99% para 3,90%), os mercados acionários se recuperaram globalmente, notadamente o S&P500, que apresentou crescimento nesse período. O Brasil tem despertado grande interesse de investidores estrangeiros, evidenciado pelo aporte de cerca de R$ 20 bilhões, consolidando-se como um destino atrativo para aplicações financeiras.
O panorama internacional favorável aos ativos de risco está motivando também os investidores locais. Com investidores estrangeiros direcionando recursos substanciais ao redor do globo, o Brasil ressurge como uma opção atraente de investimento. O mercado já assimilou a dinâmica do governo Lula. A transição de Bolsonaro para Lula foi desafiadora, mas a inflexão do ciclo já está em curso. Após três meses de retiradas de investimentos, o país acumulou um retorno significativo de aproximadamente R$ 11 bilhões em novembro, refletindo a busca por oportunidades promissoras.
No terceiro trimestre, o PIB chinês registrou um crescimento de 1,3% em comparação com o trimestre anterior, superando as expectativas de mercado (0,9%). Esse desempenho evidencia uma expansão econômica contínua, reduzindo o risco de uma desaceleração mais acentuada, o que seria especialmente prejudicial para o mercado de commodities, afetando diretamente o Brasil.
No cenário brasileiro, as projeções para o IPCA deste ano foram revisadas para baixo, passando de 4,63% para 4,59%, ao passo que a expectativa de inflação para 2024 subiu de 3,91% para 3,92%, marcando a terceira semana consecutiva de aumento. A projeção para a Taxa Selic em 2023 permanece em 11,75%, afastando a possibilidade de uma trajetória mais assertiva em direção à taxa de 9,25% até o final de 2024.
Até o momento, as recomendações semanais de operações “short” têm apresentado resultados positivos. Na última semana, o Ibovespa registrou uma queda importante de -1,60%, e das cinco ações sugeridas pela equipe QWERTYING, as cinco apresentaram quedas imprevistas (SBFG3 -4,11%, FLRY3 -2,56%, ARZZ3 -2,13%, LREN3 -2,12% e CASH3 -0,39%). Isso resultou em um saldo líquido negativo de -2,13%, ante o desempenho do Ibovespa, que também teve queda de -1,60%.
Estamos atentos aos impactos da queda nos yields dos Treasuries, que se mostram momentaneamente positivos, enquanto a curva de juros encerrou mais uma vez em declínio em toda a sua estrutura a termo. Este artigo se destaca como especialmente relevante para investidores interessados em oportunidades na Bovespa. Através da análise semanal das “QWERTYING Dicas”, proporcionamos uma visão abrangente das ações com desempenho positivo e negativo desde janeiro de 2020, oferecendo uma base sólida para suas decisões de investimento.
Ao longo do tempo, mantivemos uma postura otimista em relação aos ativos brasileiros, levando-nos a assumir riscos mais substanciais. Com o índice Ibovespa atualmente situado em 132 mil pontos, os investidores que seguiram nossas sugestões estão desfrutando de ganhos acumulados nos últimos meses em operações “short” com duração de cinco dias.
A seguir, procederemos com uma análise de cinco ações atualmente subavaliadas na Bovespa. Esses ativos têm o potencial de ser excelentes adições à sua carteira de investimentos, com a capacidade de gerar lucros em um horizonte de até dois anos.
As cinco ações com bom potencial de compra na Bovespa
Neste artigo, realizaremos uma análise detalhada de cinco ações atualmente listadas na Bovespa, destacando uma tendência de desvalorização que pode atrair investidores em busca de oportunidades em empresas com potencial de recuperação. Vamos examinar o desempenho de cada empresa em diferentes intervalos de tempo, calculando a média mensal correspondente de perda.
1. Intelbras (INTB3)
A Intelbras (INTB3) enfrentou uma desvalorização significativa de 21% nos últimos oito meses, com uma média mensal de depreciação de 2,6%. Reconhecida como a maior fabricante nacional de câmeras, equipamentos de segurança eletrônica, painéis de sistemas solares e sistemas de comunicação, a Intelbras informou que, a partir de 1º de janeiro de 2024, passará a fabricar e comercializar, de forma exclusiva no Brasil, soluções para o mercado de provedores de internet, buscando uma presença ainda maior no segmento e capilaridade dos negócios.
2. Centauro Grupo SBF (SBFG3)
O Grupo SBF (SBFG3), associado à Centauro, enfrentou uma desvalorização considerável de 53% ao longo de vinte e quatro meses, exibindo uma média mensal de queda de 2,2%. Dado seu papel destacado no setor esportivo no Brasil, a Centauro tem o potencial de se recuperar à medida que supera os desafios, especialmente relacionados ao ajuste de estoques acumulados em seus depósitos devido a apostas anteriores durante eventos relevantes em produtos de uma marca específica de materiais esportivos. Assim, é possível vislumbrar a valorização à medida que a economia se estabiliza. A SBF, dona da Centauro, não vive um grande momento na bolsa, está atrativa e pode entregar bons retornos.
3. Hapvida Saúde (HAPV3)
A Hapvida Saúde (HAPV3) sofreu uma desvalorização de 33% ao longo de quinze meses, resultando em uma média mensal de queda de 2,2%. Com expectativas de cortes mais expressivos nas taxas de juros, os investidores terão a oportunidade de aumentar sua exposição ao setor de saúde em suas carteiras. A Hapvida teve queda na sinistralidade nos últimos trimestre, continua sendo uma companhia de difícil análise dependente de diversos fatores da economia, o ativo está bem barato, e por isso a nossa recomendação de compra.
4. Lojas Renner (LREN3)
A Lojas Renner (LREN3) teve uma desvalorização de 62% ao longo de quarenta meses, com uma média de queda mensal de 1,6%. Considerando sua presença consolidada no mercado varejista de moda, a empresa pode se recuperar à medida que a confiança do consumidor aumenta.
5. Assaí (ASAI3)
A Sendas Distribuidora, operando como ASSAÍ, registrou uma desvalorização de 16% nos últimos onze meses, resultando em uma média mensal de queda de 1,5%. As ações desse grupo têm sido caracterizadas por alta volatilidade, em parte devido à sua alavancagem mais elevada e dúvidas quanto ao desempenho das lojas convertidas do Extra. Diante da possibilidade de queda nas taxas de juros domésticas e um processo iminente de desalavancagem, o grupo empresarial é negociado a 13 vezes seus lucros neste ano, a recomendação de COMPRA se destaca como uma sugestão atraente.
As cinco ações para vender, que estão bem valorizadas na Bovespa:
Por outro lado, se você detém posições nos ativos listados a seguir, pode ser relevante avaliar a oportunidade de realizar lucros por meio de vendas. Apresentamos agora cinco ações que experimentaram os mais significativos aumentos de valor no período, selecionadas pela equipe da QWERTYING através da BOVESPA.
1. Petrobras (PETR4)
A Petrobras (PETR4) testemunhou um expressivo aumento de 53% em apenas oito meses, registrando uma média mensal de 6,6%. Diante desse crescimento substancial, é prudente considerar a oportunidade de vender e colher os lucros acumulados durante esse período.
2. Tegma (TGMA3)
Ao longo de dez meses, a Tegma (TGMA3) experimentou um notável crescimento de 46%, com um aumento médio mensal de 4,6%. Diante desse rápido aumento de valor, alguns investidores podem estar ponderando a possibilidade de realizar lucros e explorar outras oportunidades de investimento.
3. Petrorio (PRIOR3)
A Petrorio (PRIOR3) apresentou uma notável valorização de 37% em apenas nove meses, com um incremento médio mensal de 4,1%. Para aqueles que obtiveram ganhos substanciais em um período relativamente curto, pode ser sensato considerar a venda para assegurar os lucros conquistados.
4. Direcional Engenharia (DIRR3)
A Direcional Engenharia (DIRR3) registrou uma valorização de 35% em apenas dez meses, o que corresponde a um aumento médio de 3,2% por mês.
5. Simpar (SIMH3)
A Simpar (SIMH3) registrou uma valorização de 28% em apenas dez meses, o que corresponde a um aumento médio de 2,8% por mês.
DICAS “QWERTYING” – 05/01/24 – recomendações e oportunidades para comprar na segunda-feira e vender na sexta-feira “curto prazo”, seguem abaixo | |||||
ATIVOS | Data | Preço de Entrada | Preço Justo | Potencial de valorização | |
1 | INTB3 | 08/01/24 | 20,88 | 35,00 | 67,62% |
2 | ARZZ3 | 08/01/24 | 60,68 | 90,00 | 48,32% |
3 | SBFG3 | 08/01/24 | 10,74 | 15,00 | 39,66% |
4 | TGMA3 | 08/01/24 | 26,63 | 34,83 | 30,79% |
5 | RENT3 | 08/01/24 | 60,50 | 74,00 | 22,31% |
Conclusão
O cenário do mercado financeiro está em constante transformação, sendo vital manter-se atualizado sobre novas tendências, instrumentos financeiros e estratégias para navegar com sucesso nesse ambiente dinâmico.
Em relação às ações recomendadas desde janeiro de 2020, é fundamental ressaltar que o desempenho passado não garante resultados futuros. O mercado de ações está sujeito a uma gama de fatores, incluindo eventos macroeconômicos, políticos e até mesmo situações imprevisíveis, como pandemias.
Ao ingressar no mercado de ações, prudência, paciência e uma abordagem informada são essenciais. Recomenda-se, sempre que possível, buscar a orientação de um especialista financeiro para obter conselhos personalizados com base em sua situação financeira e objetivos de investimento.
Entretanto, é relevante observar que muitos ativos estão atualmente com preços atrativos. Para investidores dispostos a assumir riscos com fundos que não serão necessários nos próximos um ou dois anos, o momento pode ser propício para realizar compras. Contudo, é imperativo adotar uma abordagem paciente e monitorar de perto o desempenho desses ativos, avaliando posteriormente se mantê-los na carteira de investimentos é a decisão mais apropriada ou se a venda é mais vantajosa.
É crucial reter a ideia de que as orientações fornecidas neste contexto são exatamente isso – orientações. Elas devem ser interpretadas como tal. O investimento no mercado financeiro inevitavelmente envolve riscos, e buscar aconselhamento profissional antes de tomar qualquer decisão é altamente recomendado.
Lembre-se de que informações financeiras são tão voláteis quanto as nuvens no céu, podendo mudar rapidamente. Portanto, manter-se atualizado com notícias e atualizações é crucial. É prudente buscar informações em fontes confiáveis, considerando uma variedade de opiniões.
Investir em ações na Bovespa ou no mercado global envolve riscos substanciais, podendo impactar a totalidade do capital investido. No entanto, também oferece a oportunidade de obter ganhos expressivos.
ESCOLHAS DA EQUIPE “CARTEIRA QWERTYING”
Intelbras (INTB3)
A história da Intelbras começou em 1976, em Santa Catarina, com foco inicial na produção de centrais e dispositivos eletrônicos. Atualmente, segundo declaração da própria empresa, a Intelbras é a principal fabricante nacional de câmeras, equipamentos de segurança eletrônica e sistemas de comunicação. Afirma estar presente em 98% dos municípios com potencial de consumo eletrônico no Brasil, além de exportar para diversas nações. Sua ampla rede de distribuição abrange 370 distribuidores e quase 80 mil revendedores.
Hapvida Saúde (HAPV3)
O Grupo Hapvida controla o Hapvida Saúde, maior operador de planos de saúde do norte e nordeste e o terceiro maior do País em beneficiários. Adota o modelo verticalizado, com foco em inovação e tecnologia, voltado para a medicina preventiva e odontologia. Com rede própria de atendimento, tem cerca de 26 hospitais e prontos atendimentos, 75 clínicas e 84 laboratórios. Em 2019, adquiriu o Grupo São Francisco, com operações no Sudeste, Centro-Oeste e Sul do País. Com a transação, a Hapvida passa a ter presença relevante nas principais regiões do Brasil. O controle acionário da Hapvida pertence à Ppar Pinheiro Participações S.A. que detém mais de 77% das ações ordinárias (HAPV3) da controlada. A operadora de planos de saúde realizou o seu IPO em 2018 e está no Novo Mercado da B3.
Desejamos a você ótimos negócios e sucesso em suas decisões de investimento! Feliz 2024!
EQUIPE QWERTYING, 05/01/24.