Caro Leitor
O mês de setembro foi marcado por uma dicotomia no mercado de ações, com o Nasdaq experimentando uma significativa queda até o momento. Atribui-se esse declínio ao aumento das taxas de juros, impactando negativamente as empresas do setor de tecnologia, enquanto beneficiava o setor financeiro e as empresas de energia.
O mundo se prepara para enfrentar taxas de juros entre 4% e 7%, representando um aperto monetário para os títulos de 10 anos do Tesouro americano. A persistência no aumento das taxas nos EUA, mantendo-as em níveis elevados, fortaleceu o dólar globalmente, desencadeando uma fragilização em cadeia dos ativos em geral. Este problema fiscal nos EUA afeta a economia americana, resultando em um déficit fiscal de mais de 1 trilhão de dólares nos últimos três meses.
Além disso, as incertezas em relação à economia chinesa, que não está apresentando um crescimento robusto, contribuíram para a turbulência nos mercados de ações, tanto internacionalmente quanto no Brasil. Este cenário de incerteza exerce pressão na curva de juros nos Estados Unidos, fortalecendo o dólar e afetando os ativos de risco, como as ações.
A divulgação dos índices PMI de setembro na China, Estados Unidos, zona do euro e Reino Unido também está sendo aguardada com expectativa. O índice PMI reflete a opinião dos empresários sobre as condições econômicas e de negócios nos respectivos países. Além disso, existe a ameaça de uma possível paralisação do governo dos Estados Unidos (shutdown) se o orçamento para o próximo ano fiscal – que se inicia em outubro – não for aprovado.
Entretanto, as preocupações em relação ao petróleo ressurgiram devido a um relatório da OPEP, afetando as projeções de inflação nos Estados Unidos e nos mercados globais e domésticos. O controle da inflação pode abrir caminho para o crescimento de ações que estão atualmente com preços mais baixos. O mercado continua atento à evolução dos preços do petróleo, aos estoques americanos e aos ajustes na economia dos EUA.
No cenário brasileiro, a ata do Copom manteve o tom cauteloso da autoridade monetária, sem trazer o alívio esperado. Projetamos que a Taxa Selic para 2023 deverá fixar-se em 11,75%, descartando, por enquanto, uma trajetória mais firme em direção à taxa de 9% até o final de 2024. O IPCA-15 abaixo das expectativas não tranquilizou os investidores.
A tão esperada Reforma Tributária (PEC-45/2019), com alteração do texto aprovado na Câmara em andamento no Senado, poderá ser votada somente em novembro.
Manifestações de eminentes autoridades e especialistas, como o ex-deputado federal João Dado, destacam que o formato das deliberações no Conselho Federativo define o Domínio dos Estados das Regiões Nordeste e Norte. Isso resulta em um cenário concreto em que essas regiões, menos populosas e menos desenvolvidas economicamente e socialmente, conforme indicado em estudo elaborado pelos professores de Direito Constitucional e Tributário, Ives Gandra Martins, Hamilton Dias de Souza, Humberto Ávila e Roque Carrazza, através de seus estados e municípios, serão responsáveis por DEFINIR todas as normas infralegais, uniformizar a legislação e decidir questões tributárias tanto no âmbito contencioso quanto administrativo. Essa interpretação, embora superficial, está expressamente contida no Artigo 156-B da PEC-45/2019. A análise técnica sobre a realidade atual das competências legislativas e administrativas, em comparação com aquelas decorrentes da PEC-45/2019, torna-se inescapável, incontornável, inexorável e terminante. Conclui-se que os estados e municípios PERDERÃO SUAS COMPETÊNCIAS LEGIFERANTES E ADMINISTRATIVAS sobre o futuro IBS (Imposto sobre Bens e Serviços).
Até o momento, as recomendações semanais de operações “short” têm apresentado resultados positivos. Na última semana, o Ibovespa caiu -2,05%, e das cinco ações recomendadas pela equipe QWERTYING, desta vez, todas caíram resultando em uma subtração de -6,34%. Com os yields treasuries subindo em todo o globo, era de se esperar que os ativos de renda variável sofressem bastante. Com o juro real de 6% aqui e lá fora, os poupadores restam bem cautelosos, não vão carregar nos seus portfólios ativos de risco. Vejam que todos ativos listados em bolsa perderam muito valor.
Se você busca oportunidades de investimento na Bovespa, este artigo é particularmente relevante. Por meio de nossa análise semanal das “QWERTYING Dicas”, oferecemos uma visão abrangente das ações com desempenho positivo e negativo desde janeiro de 2020, fornecendo uma base sólida para suas decisões de investimento.
Ao longo do tempo, mantivemos uma postura otimista em relação aos ativos brasileiros, levando-nos a assumir riscos mais substanciais. Com o índice Ibovespa atualmente em 114 mil pontos, investidores que seguiram nossas sugestões estão desfrutando de ganhos acumulados nos últimos meses em operações “short” com duração de cinco dias.
A seguir, realizaremos uma análise de cinco ações atualmente subavaliadas na Bovespa. Esses ativos têm o potencial de ser excelentes adições à sua carteira de investimentos, com a capacidade de gerar lucros em um horizonte de até dois anos.
As cinco ações com bom potencial de compra na Bovespa
Neste artigo, realizaremos uma análise detalhada de cinco ações atualmente listadas na Bovespa, que evidenciam uma tendência de desvalorização. Este cenário pode atrair investidores em busca de oportunidades em empresas com potencial de recuperação. Vamos avaliar o desempenho de cada empresa em diferentes intervalos de tempo, calculando a média mensal correspondente de perda.
1. **Intelbras (INTB3)**
A Intelbras (INTB3) enfrentou uma desvalorização significativa de 25% nos últimos cinco meses, com uma média mensal de depreciação de 5,0%. Apesar da possível impacto da MP 1185, que pode aumentar sua carga tributária, o papel INTB3 ainda é considerado subvalorizado. A Intelbras é reconhecida como a maior fabricante nacional de câmeras, equipamentos de segurança eletrônica, painéis de sistemas solares e sistemas de comunicação.
2. **Assaí (ASAI3)**
A Sendas Distribuidora, operando como ASSAÍ, registrou uma desvalorização de 27% nos últimos oito meses, resultando em uma média mensal de queda de 3,4%. As ações desse grupo têm sido caracterizadas por alta volatilidade, em parte devido à sua alavancagem mais elevada (3,7xDL/Ebitda). Diante da possibilidade de mudanças nas taxas de juros domésticas e um processo iminente de desalavancagem, a recomendação de COMPRA se destaca como uma sugestão atraente.
3. **Centauro Grupo SBF (SBFG3)**
O Grupo SBF (SBFG3), associado à Centauro, enfrentou uma desvalorização considerável de 70% ao longo de vinte e um meses, exibindo uma média mensal de queda de 3,3%. Dado seu papel destacado no setor esportivo no Brasil, a Centauro tem o potencial de se recuperar à medida que supera os desafios, especialmente relacionados ao ajuste de estoques acumulados em seus depósitos devido a apostas anteriores durante a última Copa do Mundo de Futebol. Assim, é possível vislumbrar a valorização à medida que a economia se estabiliza.
4. **Méliuz (CASH3)**
A Méliuz, empresa mineira que opera programas de cashback, criada em 2011, enfrentou uma desvalorização significativa de 29% nos últimos nove meses, apresentando uma média mensal de queda de 3,3%. Contudo, à medida que a economia se estabiliza e o crédito no varejo aumenta, existe um potencial de recuperação em seu preço. Portanto, nossa recomendação é de COMPRA.
5. **Hapvida Saúde (HAPV3)**
A Hapvida Saúde (HAPV3) sofreu uma desvalorização de 37% ao longo de doze meses, resultando em uma média mensal de queda de 3,1%. Com expectativas de cortes mais expressivos nas taxas de juros, os investidores terão a oportunidade de aumentar sua exposição ao setor de saúde em suas carteiras. A HAPV está com um desconto significativo e oferece um potencial de alta de 40%.
As cinco ações para vender, que estão bem valorizadas na Bovespa:
Por outro lado, caso você possua posições nos ativos listados a seguir, pode ser relevante ponderar a oportunidade de realizar lucros por meio de vendas. Apresentamos agora cinco ações que experimentaram os mais significativos aumentos de valor no período, selecionadas pela equipe da QWERTYING através da BOVESPA.
1. Petrobras (PETR4)
A Petrobras (PETR4) observou seu valor subir expressivos 32% em apenas cinco meses, registrando um aumento médio mensal de 6,4%. Diante desse crescimento substancial, é prudente considerar a oportunidade de vender e colher os lucros acumulados durante esse período.
2. Petrorio (PRIOR3)
A Petrorio (PRIOR3) apresentou uma notável valorização de 32% em apenas seis meses, com um incremento médio mensal de 5,4%. Para aqueles que obtiveram ganhos substanciais em um período relativamente curto, pode ser sensato considerar a venda para assegurar os lucros conquistados.
3. Tegma (TGMA3)
Ao longo de sete meses, a Tegma (TGMA3) experimentou um notável crescimento de 32%, com um aumento médio mensal de 4,5%. Diante desse rápido aumento de valor, alguns investidores podem estar ponderando a possibilidade de realizar lucros e explorar outras oportunidades de investimento.
4. SLC Agrícola (SLCE3)
A SLC Agrícola (SLCE3) valorizou-se em notáveis 123% em trinta e oito meses, apresentando um aumento médio de 3,1% por mês. Diante de um crescimento tão expressivo, é prudente considerar a venda para colher os ganhos obtidos nesse período.
5. Equatorial (EQTL3)
A Equatorial Energia (EQTL3) teve um crescimento de 22% em dez meses, com um aumento médio de 2,2% por mês.
DICAS “QWERTYING” – 06/10/23 – recomendações e oportunidades para comprar na segunda-feira e vender na sexta-feira “curto prazo”, seguem abaixo | |||||
ATIVOS | Data | Preço de Entrada | Preço Justo | Potencial de valorização | |
1 | SIMH3 | 06/10/23 | 8,03 | 18,40 | 129,14% |
2 | RRRP3 | 06/10/23 | 28,55 | 56,50 | 97,90% |
3 | DIRR3 | 06/10/23 | 17,81 | 26,00 | 45,99% |
4 | HAPV3 | 06/10/23 | 4,04 | 5,70 | 41,09% |
5 | MTRE3 | 06/10/23 | 3,73 | 4,48 | 20,11% |
Conclusão
O cenário do mercado financeiro está em constante transformação, sendo vital manter-se atualizado sobre novas tendências, instrumentos financeiros e estratégias para navegar com sucesso nesse ambiente dinâmico.
Em relação às ações recomendadas desde janeiro de 2020, é fundamental ressaltar que o desempenho passado não garante resultados futuros. O mercado de ações está sujeito a uma gama de fatores, incluindo eventos macroeconômicos, políticos e até mesmo situações imprevisíveis, como pandemias.
Ao ingressar no mercado de ações, prudência, paciência e uma abordagem informada são essenciais. Recomenda-se, sempre que possível, buscar a orientação de um especialista financeiro para obter conselhos personalizados com base em sua situação financeira e objetivos de investimento.
Entretanto, é relevante observar que muitos ativos estão atualmente com preços atrativos. Para investidores dispostos a assumir riscos com fundos que não serão necessários nos próximos um ou dois anos, o momento pode ser propício para realizar compras. Contudo, é imperativo adotar uma abordagem paciente e monitorar de perto o desempenho desses ativos, avaliando posteriormente se mantê-los na carteira de investimentos é a decisão mais apropriada ou se a venda é mais vantajosa.
É crucial reter a ideia de que as orientações fornecidas neste contexto são exatamente isso – orientações. Elas devem ser interpretadas como tal. O investimento no mercado financeiro inevitavelmente envolve riscos, e buscar aconselhamento profissional antes de tomar qualquer decisão é altamente recomendado.
Lembre-se de que informações financeiras são tão voláteis quanto as nuvens no céu, podendo mudar rapidamente. Portanto, manter-se atualizado com notícias e atualizações é crucial. É prudente buscar informações em fontes confiáveis, considerando uma variedade de opiniões.
Investir em ações na Bovespa ou no mercado global envolve riscos substanciais, podendo impactar a totalidade do capital investido. No entanto, também oferece a oportunidade de obter ganhos expressivos.
ESCOLHAS DA EQUIPE “CARTEIRA QWERTYING”
Intelbras (INTB3)
A história da Intelbras começou em 1976, em Santa Catarina, com foco inicial na produção de centrais e dispositivos eletrônicos. Atualmente, segundo declaração da própria empresa, a Intelbras é a principal fabricante nacional de câmeras, equipamentos de segurança eletrônica e sistemas de comunicação. Afirma estar presente em 98% dos municípios com potencial de consumo eletrônico no Brasil, além de exportar para diversas nações. Sua ampla rede de distribuição abrange 370 distribuidores e quase 80 mil revendedores.
Simpar (SIMH3)
A Simpar SA atua como holding. A empresa, por meio de suas subsidiárias, está envolvida no aluguel de veículos e gerenciamento de frotas, aluguel de caminhões e equipamentos, serviços de logística, mobilidade e logística para licitações, concessionárias de veículos e serviços financeiros. Fundada por Julio Simões em 1º de julho de 1956, a sede está localizada em São Paulo, Brasil.
Desejamos a você ótimos negócios e sucesso em suas decisões de investimento!
EQUIPE QWERTYING, 06/10/23.