Caro Leitor
Após o rali no último bimestre com alta de 18,6%, o Ibovespa perdeu fôlego. Acreditamos que este movimento de realização de lucros, acompanhado da pressão de vendas em ativos de risco, proporcionará um ambiente propício para quedas nos preços de entrada, persistindo por algum tempo. Nesse cenário, torna-se mais atraente o investimento em ativos de risco, enquanto o Ibovespa oscila entre os 124.000 e 130.000 pontos, demonstrando falta de ímpeto para superar essa estagnação.
Conforme uma recente pesquisa do Bank of America, a confiança dos gestores na América Latina em relação à bolsa de valores do Brasil diminuiu. Entre os entrevistados, a porcentagem daqueles que acreditavam que o índice da bolsa atingiria os 140 mil pontos neste ano de 2014 era de 47% em fevereiro, em comparação com 63% em janeiro.
A expectativa é de que, com a redução da taxa básica de juros no Brasil (Selic), os investimentos em renda variável, como ações, se tornem mais atrativos em comparação aos retornos da renda fixa. Diante dessa perspectiva, os investidores locais tendem a buscar alternativas mais rentáveis, notadamente no mercado de ações.
A equipe QWERTYING realiza pesquisas a fim de apresentar aos investidores oportunidades em ativos de risco, com potencial para proporcionar retornos positivos tanto a longo prazo (entre cinco e dez anos) quanto a curto prazo (até dois anos). Oportunidades estão sempre surgindo, e o investidor institucional, melhor informado, pode aproveitar esses momentos para obter lucros. Por outro lado, os investidores individuais, muitas vezes sem tempo para acompanhar os ciclos do mercado, correm o risco de perder oportunidades de investir em ativos mais seguros e rentáveis. Assim, as orientações de nossa equipe podem auxiliar nas escolhas do nosso estimado leitor.
Ao longo de janeiro, foi observada uma retirada de aproximadamente R$ 7,9 bilhões por parte de investidores estrangeiros da Bolsa de Valores de São Paulo, refletindo o impacto da incerteza política no Brasil. Recentemente, a bolsa tem operado abaixo da média histórica (jan16 a dez23), situando-se abaixo de 8 vezes o lucro, um patamar interessante conforme dados do Safra. Essa retirada não se limitou ao Brasil, mas afetou todos os mercados emergentes, indicando uma aversão aos ativos de risco. A instabilidade política não favorece, pois no cenário político, tudo é possível, inclusive prejudicar reputações e frear a economia. No entanto, há notícias positivas; recentemente, o CMN decidiu restringir a oferta de títulos incentivados (LCIs, LCAs, CRIs e LIGs), o que pode redirecionar os investidores desses ativos para opções de renda variável.
No cenário atual, o mercado não mais considera a possibilidade de cortes de juros ocorrerem no curto prazo, o que representa uma perspectiva desfavorável. As expectativas que impulsionaram os preços entre novembro e dezembro estão passando por ajustes, sinalizando que os cortes de juros programados para este ano ocorrerão, mas de maneira intermitente. O índice de preço ao produtor (PPI) subiu 0,3% em relação a dezembro, superando a expectativa dos analistas consultados pelo FactSet, que previam um avanço de 0,1% no último mês. O mercado financeiro reduziu significativamente a expectativa de corte de juros do Federal Reserve (FED). No Brasil, a tendência é seguir o mesmo caminho, segurando um pouco mais a trajetória de queda nas taxas de juros.
Enquanto a expectativa inicial de cortes de juros mais rápidos impulsionou os preços dos ativos de risco, a revisão dessa perspectiva pode resultar em ajustes nos valores. Atualmente, prevê-se que os cortes de juros ocorram, porém em um ritmo mais gradual do que inicialmente antecipado, o que pode ter implicações em diversos setores da economia.
O ano de 2024 se delineia como um período caracterizado pela redução das taxas de juros globalmente, reconfigurando o cenário de ativos para proporcionar retornos sólidos aos investidores. Os cortes nas taxas de juros, tanto no Brasil quanto nos países desenvolvidos, como os Estados Unidos, são eventos raros e positivos, indicando a possibilidade de o Ibovespa manter sua trajetória ascendente, potencialmente superando recordes e atingindo a estimativa de 142 mil pontos. Com a flexibilização monetária e o ciclo de queda de juros tanto no Brasil quanto no exterior, os investimentos em renda fixa tornam-se menos atrativos em comparação com opções em renda variável, como ações.
No contexto nacional, o ano de 2024 estará fortemente ligado à política fiscal do governo Lula, que atingiu o recorde de US$ 98,8 bilhões em 2023, representando um aumento de 60,6% em relação ao ano anterior.
Nos Estados Unidos, ao longo de 2023, os bancos regionais enfrentaram desafios significativos que quase resultaram na quebra do sistema financeiro americano. Nesse cenário crítico, o Federal Reserve (FED) interveio, restaurando a estabilidade com dados extremamente positivos relacionados à inflação ao consumidor (CPI) e à inflação ao produtor (PPI). Surpreendentemente, os pedidos de auxílio-desemprego indicaram uma desaceleração na inflação americana, fortalecendo a perspectiva de que as taxas de juros não devem ultrapassar os 5% em breve.
Recentemente, notamos uma ligeira queda nas taxas dos treasuries de dez anos nos EUA, diminuindo de 4,14% para 4,13% e perdendo destaque entre os investidores. Em resposta, os mercados acionários ao redor do mundo experimentaram uma recuperação notável, com destaque para o S&P500, que registrou estabilidade nesse período. Apesar dos diversos desafios enfrentados, o Brasil voltou a atrair um expressivo interesse de investidores estrangeiros na B3, com um aporte de aproximadamente R$ 44,9 bilhões em 2023, o segundo maior volume da série histórica. Essa marca consolida o país como um destino atrativo para aplicações financeiras.
O pacote de dados de atividade na China apresentou resultados mistos, alinhados com as tensões comerciais persistentes, relacionadas à desaceleração e reequilíbrio gradual dos fatores de crescimento. Esperava-se que a economia chinesa se recuperasse em 2023, mas estagnou ao ponto de ser considerada (pelo FMI) um empecilho para a produção mundial. Apesar dos muitos problemas, como uma crise imobiliária, investimentos fracos e elevado desemprego juvenil, a maioria dos economistas acredita que a segunda maior economia mundial deva crescer cerca de 5% este ano, atingindo assim a sua meta oficial. Esse desempenho evidencia uma expansão econômica contínua, reduzindo o risco de uma desaceleração mais acentuada, o que seria especialmente prejudicial para o mercado de commodities e teria impacto direto sobre o Brasil.
No cenário brasileiro, o IPCA em 2023 fechou em 4,62%, enquanto a expectativa de inflação para 2024 é de 3,7%, e 4,0% em 2025. Quanto à Taxa Selic, as projeções indicam 9,00% em 2024, ao final do ciclo de cortes.
Nossas recomendações semanais de operações “short” têm demonstrado frequentemente resultados positivos. Na última semana, o Ibovespa registrou uma pequena alta de 0,43%. Das cinco ações sugeridas pela equipe QWERTYING, duas tiveram diminutas altas (INTB3 0,46%, BBDC4 0,15%) e três tiveram importantes quedas (SBFG3 -3,23%, LREN3 -2,90%, HAPV3 -1,14%). Isso resultou em um saldo líquido negativo de -1,18%, comparado ao desempenho do Ibovespa, que teve uma alta de 0,43%. O início do ano para as ações não atendeu às expectativas dos investidores mais otimistas; no acumulado do ano de 2024, o índice Ibovespa recuou -4,07%, por conta de ruídos locais que envolvem o cenário fiscal brasileiro e fraco entusiasmo quanto ao início do ciclo de corte de juros nos Estados Unidos.
Estamos atentos aos impactos da queda nos yields dos Treasuries, que, por enquanto, mostram-se favoráveis, enquanto a curva de juros encerrou mais uma vez em declínio em toda a sua estrutura a termo. Este artigo é especialmente relevante para investidores interessados em oportunidades na Bovespa. Através da análise semanal das “QWERTYING Dicas”, proporcionamos uma visão abrangente das ações com desempenho positivo e negativo desde janeiro de 2020, oferecendo uma base sólida para suas decisões de investimento.
Mantivemos uma perspectiva otimista em relação aos ativos brasileiros ao longo do tempo, o que nos levou a assumir riscos mais substanciais. Atualmente, com o índice Ibovespa fixado em 128 mil pontos, os investidores que optaram por seguir nossas orientações estão desfrutando de ganhos acumulados nos últimos meses, especialmente em operações “short” com uma duração de cinco dias.
A seguir, conduziremos uma análise detalhada de cinco ações atualmente subvalorizadas na Bovespa. Esses ativos apresentam um potencial considerável para se tornarem excelentes adições à sua carteira de investimentos, destacando-se pela capacidade de gerar lucros em um horizonte de até dois anos.
Análise Detalhada de Cinco Ações com Bom Potencial de Compra na Bovespa:
Neste artigo, conduziremos uma análise minuciosa de cinco ações atualmente listadas na Bovespa, destacando uma tendência de desvalorização que pode atrair investidores em busca de oportunidades em empresas com potencial de recuperação. Examinaremos o desempenho de cada empresa em diferentes intervalos de tempo, calculando a média mensal correspondente de perda.
1. Hapvida Saúde (HAPV3)
A Hapvida Saúde (HAPV3) enfrentou uma desvalorização de 45% ao longo de dezesseis meses, resultando em uma média mensal de queda de 2,8%. Com a perspectiva de cortes mais expressivos nas taxas de juros, os investidores terão a oportunidade de ampliar sua exposição ao setor de saúde em suas carteiras. Apesar da complexidade da análise devido a vários fatores econômicos, a Hapvida apresenta-se em uma faixa de preço atrativa, justificando nossa recomendação de compra.
2. Intelbras (INTB3)
A Intelbras (INTB3) experimentou uma desvalorização significativa de 25% nos últimos nove meses, com uma média mensal de depreciação de 2,8%. Reconhecida como a principal fabricante nacional de câmeras, equipamentos de segurança eletrônica, painéis de sistemas solares e sistemas de comunicação, a Intelbras busca expandir sua atuação, o que pode impulsionar sua recuperação. A exclusividade no mercado brasileiro para soluções de internet reforça a atratividade do ativo, respaldando nossa sugestão de compra.
3. Centauro Grupo SBF (SBFG3)
O Grupo SBF (SBFG3), associado à Centauro, enfrentou uma desvalorização considerável de 49% ao longo de vinte e cinco meses, exibindo uma média mensal de queda de 2,0%. Dado seu papel destacado no setor esportivo no Brasil, a Centauro tem o potencial de se recuperar à medida que supera os desafios, especialmente relacionados ao ajuste de estoques acumulados. Apesar do momento desafiador na bolsa, a atratividade do grupo pode proporcionar bons retornos, justificando nossa recomendação de compra.
4. Lojas Renner (LREN3)
A Lojas Renner (LREN3) registrou uma desvalorização de 66% ao longo de quarenta e um meses, com uma média de queda mensal de 1,6%. Considerando sua presença consolidada no mercado varejista de moda, a empresa pode se recuperar à medida que a confiança do consumidor aumenta. Apesar do período desafiador, a atratividade da Lojas Renner sugere um potencial de retorno, justificando nossa recomendação de compra.
5. Méliuz (CASH3)
A Méliuz, empresa mineira que opera programas de cashback e foi criada em 2011, enfrentou uma desvalorização significativa de 23% nos últimos treze meses, apresentando uma média mensal de queda de 1,8%. Contudo, à medida que a economia se estabiliza e o crédito no varejo aumenta, existe um potencial de recuperação em seu preço. Portanto, nossa recomendação é de COMPRA.
Cinco ações que merecem consideração para venda, dada a expressiva valorização na Bovespa:
Se você possui posições nos ativos mencionados a seguir, é recomendável avaliar a possibilidade de realizar lucros por meio de vendas. Apresentamos agora cinco ações que experimentaram os mais significativos aumentos de valor nos últimos dois anos, criteriosamente selecionadas pela equipe da QWERTYING através da BOVESPA.
1. Petrobras (PETR4)
A Petrobras (PETR4) testemunhou um notável aumento de 68% em apenas nove meses, registrando uma média mensal de 7,6%. Diante desse crescimento substancial, é prudente considerar a oportunidade de vender e colher os lucros acumulados durante esse período.
2. Tegma (TGMA3)
Ao longo de onze meses, a Tegma (TGMA3) experimentou um expressivo crescimento de 41%, com um aumento médio mensal de 3,7%. Diante desse rápido aumento de valor, alguns investidores podem estar ponderando a possibilidade de realizar lucros e explorar outras oportunidades de investimento.
3. Direcional Engenharia (DIRR3)
A Direcional Engenharia (DIRR3) registrou uma valorização de 40% em apenas doze meses, correspondendo a um aumento médio de 3,4% por mês.
4. Copel (CPLE6)
A Copel (Companhia Paranaense de Energia) teve um crescimento de 27% em dez meses, com um aumento médio de 2,8% por mês.
5. BTG Pactual (BPAC11)
O BTG Pactual Banco (BPAC11) valorizou-se em 72% em vinte e oito meses, apresentando um aumento médio de 2,6% por mês. Dada a magnitude dessa valorização, pode ser oportuno considerar estratégias de venda para capitalizar os lucros acumulados ao longo desse período substancial de apreciação.
DICAS “QWERTYING” – 16/02/2024 – recomendações e oportunidades para comprar na segunda-feira e vender na sexta-feira “curto prazo”, alocação de 20% do valor total disponível em cada um dos ativos que seguem abaixo: | |||||
ATIVOS | Data | Preço de Entrada | Preço Justo | Potencial de valorização | |
1 | ENEV3 | 19/02/24 | 12,33 | 21,25 | 72,34% |
2 | CASH3 | 19/02/24 | 7,09 | 11,20 | 57,97% |
3 | SBFG3 | 19/02/24 | 11,76 | 16,00 | 36,05% |
4 | GMAT3 | 19/02/24 | 7,26 | 9,00 | 23,97% |
5 | B3SA3 | 19/02/24 | 12,72 | 15,00 | 17,92% |
Conclusão
O cenário dinâmico do mercado financeiro exige uma adaptação contínua, tornando crucial manter-se atualizado sobre novas tendências, instrumentos financeiros e estratégias para navegar com sucesso nesse ambiente em constante evolução.
É fundamental destacar que, ao analisar o desempenho passado das ações recomendadas desde janeiro de 2020, não há garantias de resultados futuros. O mercado de ações está sujeito a diversos fatores, incluindo eventos macroeconômicos, políticos e situações imprevisíveis, como pandemias.
Ao entrar no mercado de ações, é essencial adotar uma abordagem informada, prudente e paciente. Buscar a orientação de um especialista financeiro para conselhos personalizados com base na situação financeira e objetivos de investimento é recomendável sempre que possível.
É relevante observar que muitos ativos estão atualmente com preços atrativos. Para investidores dispostos a assumir riscos com fundos não necessários nos próximos um ou dois anos, o momento pode ser propício para compras. No entanto, uma abordagem paciente e o monitoramento cuidadoso do desempenho desses ativos são imperativos, avaliando posteriormente se mantê-los na carteira de investimentos é a decisão mais apropriada ou se a venda é mais vantajosa.
É crucial reter a ideia de que as orientações fornecidas neste contexto são precisamente isso – orientações. Elas devem ser interpretadas como tal. O investimento no mercado financeiro inevitavelmente envolve riscos, e buscar aconselhamento profissional antes de tomar qualquer decisão é altamente recomendado.
Lembre-se de que informações financeiras são tão voláteis quanto as nuvens no céu, podendo mudar rapidamente. Portanto, manter-se atualizado com notícias e atualizações é crucial. É prudente buscar informações em fontes confiáveis, considerando uma variedade de opiniões.
Investir em ações na Bovespa ou no mercado global envolve riscos substanciais, podendo impactar a totalidade do capital investido. No entanto, também oferece a oportunidade de obter ganhos expressivos. Em um ambiente financeiro dinâmico, a cautela aliada à busca constante de conhecimento é a chave para tomar decisões informadas e bem-sucedidas.
Escolhas da Equipe “Carteira QWERTYING”
Intelbras (INTB3)
A trajetória da Intelbras teve início em 1976, em Santa Catarina, com um enfoque inicial na fabricação de centrais e dispositivos eletrônicos. Atualmente, de acordo com pronunciamento da própria empresa, a Intelbras é reconhecida como a principal fabricante nacional de câmeras, equipamentos de segurança eletrônica e sistemas de comunicação. Alega ter presença em 98% dos municípios com potencial de consumo eletrônico no Brasil, além de exportar para diversas nações. Sua extensa rede de distribuição abrange 370 distribuidores e quase 80 mil revendedores.
Hapvida Saúde (HAPV3)
O Grupo Hapvida controla o Hapvida Saúde, o maior operador de planos de saúde do norte e nordeste e o terceiro maior do País em número de beneficiários. Adotando um modelo verticalizado, com foco em inovação e tecnologia, concentra-se em medicina preventiva e odontologia. Com uma rede própria de atendimento, possui aproximadamente 26 hospitais e prontos-atendimentos, 75 clínicas e 84 laboratórios. Em 2019, realizou a aquisição do Grupo São Francisco, ampliando suas operações para o Sudeste, Centro-Oeste e Sul do País. Com essa transação, a Hapvida estabelece uma presença relevante nas principais regiões do Brasil. O controle acionário da Hapvida pertence à Ppar Pinheiro Participações S.A., detentora de mais de 77% das ações ordinárias (HAPV3) da controlada. A operadora de planos de saúde realizou seu IPO em 2018 e está no Novo Mercado da B3.
Desejamos a você ótimos negócios e sucesso em suas decisões de investimento!
EQUIPE QWERTYING, 16/02/24.