Caro Leitor
Esta semana é de extrema importância devido às atualizações na política monetária global. Estamos acompanhando de perto o comportamento dos yields treasuries, a ligeira queda nos preços do petróleo e as declarações controversas do presidente Lula, que infelizmente contribuíram para minar a solidez do arcabouço fiscal, gerando constrangimentos para o ministro Paulo Hadad e enfraquecendo o governo. O presidente demonstra uma abordagem ambígua em suas ações e palavras, o que gera incertezas.
A reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto dos EUA no início do mês teve impacto positivo nos índices americanos, propagando otimismo para outros mercados ao redor do mundo. No entanto, houve uma reversão significativa na curva de juros, especialmente nos mercados europeu e asiático. Os juros de 10 anos, que estavam abaixo de 4% em agosto, escalaram acentuadamente, atingindo recentemente a marca de 5%. Surgem especulações sobre o Federal Reserve chegando ao fim do ciclo de aperto monetário.
O aumento das tensões no Oriente Médio intensificou a demanda por títulos do Tesouro dos Estados Unidos, momentaneamente freando o aumento das taxas de juros globais. Contudo, os preços elevados do petróleo agora representam uma ameaça iminente para a já frágil recuperação da economia mundial. O cenário global exige uma análise cautelosa, diferenciando ruídos pontuais de sinais claros para antecipar e compreender as próximas ações governamentais.
A elevação das taxas de juros nos EUA gerou considerável pressão nos ativos de risco desde agosto. Espera-se uma recuperação, especialmente no Brasil, onde o valuation indica uma oportunidade atrativa. Além disso, o corte na taxa básica de juros para 11,25% sinaliza uma possível curva de recuperação. A alta dos yields nos EUA também impactou os ativos domésticos, resultando em perdas temporárias. Tradicionalmente, novembro e dezembro são meses mais robustos, contribuindo para a redução das perdas.
Com a desaceleração dos dados de inflação na China, a CPI permaneceu estável, surpreendendo as previsões de aumento. Diante disso, a China pode implementar medidas de estímulo fiscal, potencialmente economizando até 1 trilhão de Yuan. O saldo positivo de 77,7 bilhões de dólares na balança comercial também fortalece essas iniciativas.
As preocupações com o petróleo aumentam devido ao conflito entre Hamas e Israel, com a OPEP influenciando os preços do barril. Isso impacta as projeções de inflação nos EUA e nos mercados globais e domésticos. O controle da inflação pode abrir caminho para o crescimento de ações com preços mais baixos. O mercado monitora de perto os preços do petróleo, os estoques americanos e os ajustes na economia dos EUA.
No cenário brasileiro, a ata do Copom manteve a postura cautelosa, não proporcionando o alívio esperado. A projeção para a Taxa Selic em 2023 é de 11,75%, afastando uma trajetória mais assertiva em direção à taxa de 9% até o final de 2024. O IPCA-15 abaixo das expectativas não trouxe tranquilidade aos investidores.
A tão aguardada Reforma Tributária (PEC-45/2019), com alterações no texto aprovado na Câmara em processo no Senado, pode ser votada apenas em novembro.
Comentários de eminentes autoridades e especialistas, incluindo o ex-deputado federal João Dado, ressaltam que o formato das deliberações no Conselho Federativo define o domínio dos estados das regiões Nordeste e Norte. Isso resulta em um cenário concreto em que essas regiões, menos populosas e economicamente menos desenvolvidas, conforme indicado em um estudo elaborado pelos professores de Direito Constitucional e Tributário Ives Gandra Martins, Hamilton Dias de Souza, Humberto Ávila e Roque Carrazza, através de seus estados e municípios, serão responsáveis por DEFINIR todas as normas infralegais, uniformizar a legislação e decidir questões tributárias tanto no âmbito contencioso quanto administrativo. Essa interpretação, embora superficial, está expressamente contida no Artigo 156-B da PEC-45/2019. A análise técnica sobre a realidade atual das competências legislativas e administrativas, em comparação com aquelas decorrentes da PEC-45/2019, torna-se inescapável, incontornável, inexorável e terminante. Conclui-se que os estados e municípios PERDERÃO SUAS COMPETÊNCIAS LEGIFERANTES E ADMINISTRATIVAS sobre o futuro IBS (Imposto sobre Bens e Serviços).
Até o momento, as recomendações semanais de operações “short” têm demonstrado resultados positivos. Na última semana, o Ibovespa registrou uma alta de 2,04%, e das cinco ações recomendadas pela equipe QWERTYING, duas apresentaram ganhos importantes (HAPV3 9,18%, ASAI3 5,70%) três tiveram queda (INTB2 -3,97%, GMAT3 -3,38%, SBFG3 -2,00%), o resultado no agregado ficou um saldo líquido negativo de -0,15%, contrário ao resultado Ibovespa. Apesar da tendência de desvalorização dos ativos de renda variável devido à elevação dos yields treasuries globalmente, a guerra no Oriente Médio influenciou de forma inesperada a dinâmica dos juros. Com a taxa real de juros em 6% aqui e no exterior, os poupadores permanecem cautelosos, evitando a inclusão de ativos de risco em seus portfólios. Observa-se que todos os ativos listados em bolsa perderam considerável valor.
Para investidores em busca de oportunidades na Bovespa, este artigo se revela particularmente relevante. Através da análise semanal das “QWERTYING Dicas”, oferecemos uma visão abrangente das ações com desempenho positivo e negativo desde janeiro de 2020, proporcionando uma base sólida para suas decisões de investimento.
Ao longo do tempo, mantivemos uma postura otimista em relação aos ativos brasileiros, levando-nos a assumir riscos mais substanciais. Com o índice Ibovespa atualmente em 120 mil pontos, os investidores que seguiram nossas sugestões estão desfrutando de ganhos acumulados nos últimos meses em operações “short” com duração de cinco dias.
A seguir, procederemos com uma análise de cinco ações atualmente subavaliadas na Bovespa. Esses ativos têm o potencial de ser excelentes adições à sua carteira de investimentos, com a capacidade de gerar lucros em um horizonte de até dois anos.
As cinco ações com bom potencial de compra na Bovespa
Neste artigo, realizaremos uma análise detalhada de cinco ações atualmente listadas na Bovespa, que evidenciam uma tendência de desvalorização. Este cenário pode atrair investidores em busca de oportunidades em empresas com potencial de recuperação. Vamos avaliar o desempenho de cada empresa em diferentes intervalos de tempo, calculando a média mensal correspondente de perda.
1. Intelbras (INTB3)
A Intelbras (INTB3) enfrentou uma desvalorização significativa de 28% nos últimos seis meses, com uma média mensal de depreciação de 4,6%. A Intelbras é reconhecida como a maior fabricante nacional de câmeras, equipamentos de segurança eletrônica, painéis de sistemas solares e sistemas de comunicação. A empresa informou também que a partir de 1º de janeiro de 2024 passará a fabricar e comercializar, de forma exclusiva no Brasil, “soluções para o mercado de provedores de internet, buscando uma presença ainda maior no segmento e capilaridade dos negócios”.
2. Grupo Mateus (GMAT3)
O Grupo Mateus (GMAT3), sofre uma desvalorização considerável de 20% no curto prazo de seis meses, exibindo uma média mensal de queda de 3,3%. Dado seu papel destacado no nicho atacarejo na região nordeste do Brasil, a rede tem o potencial de se recuperar à medida que os consumidores de baixa renda, percebem a queda da inflação e das taxas de juros.
3. Centauro Grupo SBF (SBFG3)
O Grupo SBF (SBFG3), associado à Centauro, enfrentou uma desvalorização considerável de 66% ao longo de vinte e dois meses, exibindo uma média mensal de queda de 3,0%. Dado seu papel destacado no setor esportivo no Brasil, a Centauro tem o potencial de se recuperar à medida que supera os desafios, especialmente relacionados ao ajuste de estoques acumulados em seus depósitos devido a apostas anteriores durante a última Copa do Mundo de Futebol nos produtos de uma marca específica de materiais esportivo. Assim, é possível vislumbrar a valorização à medida que a economia se estabiliza. A SBF dona da Centauro, não vive um grande momento na bolsa, está atrativa e pode entregar bons retornos.
4. Assaí (ASAI3)
A Sendas Distribuidora, operando como ASSAÍ, registrou uma desvalorização de 26% nos últimos oito meses, resultando em uma média mensal de queda de 2,9%. As ações desse grupo têm sido caracterizadas por alta volatilidade, em parte devido à sua alavancagem mais elevada (3,7xDL/Ebitda). Embora o cenário macro não seja dos melhores para a companhia, que negocia na bolsa 11x menos os seus lucros projetados para 2024, o ASSAÍ continua com a nossa recomendação de COMPRA.
5. Méliuz (CASH3)
A Méliuz, empresa mineira que opera programas de cashback, criada em 2011, enfrentou uma desvalorização significativa de 24% nos últimos dez meses, apresentando uma média mensal de queda de 2,4%. Contudo, à medida que a economia se estabiliza e o crédito no varejo aumenta, existe um potencial de recuperação em seu preço. Portanto, nossa recomendação é de COMPRA.
As cinco ações para vender, que estão bem valorizadas na Bovespa:
Por outro lado, caso você possua posições nos ativos listados a seguir, pode ser relevante ponderar a oportunidade de realizar lucros por meio de vendas. Apresentamos agora cinco ações que experimentaram os mais significativos aumentos de valor no período, selecionadas pela equipe da QWERTYING através da BOVESPA.
1. Petrobras (PETR4)
A Petrobras (PETR4) observou seu valor subir expressivos 35% em apenas seis meses, registrando um aumento médio mensal de 6,1%. Diante desse crescimento substancial, é prudente considerar a oportunidade de vender e colher os lucros acumulados durante esse período.
2. Petrorio (PRIOR3)
A Petrorio (PRIOR3) apresentou uma notável valorização de 46% em apenas sete meses, com um incremento médio mensal de 5,4%. Para aqueles que obtiveram ganhos substanciais em um período relativamente curto, pode ser sensato considerar a venda para assegurar os lucros conquistados.
3. Tegma (TGMA3)
Ao longo de oito meses, a Tegma (TGMA3) experimentou um notável crescimento de 35%, com um aumento médio mensal de 4,4%. Diante desse rápido aumento de valor, alguns investidores podem estar ponderando a possibilidade de realizar lucros e explorar outras oportunidades de investimento.
4. SLC Agrícola (SLCE3)
A SLC Agrícola (SLCE3) valorizou-se em notáveis 126% em trinta e nove meses, apresentando um aumento médio de 3,1% por mês. Diante de um crescimento tão expressivo, é prudente considerar a venda para colher os ganhos obtidos nesse período.
5. Equatorial (EQTL3)
A Equatorial Energia (EQTL3) teve um crescimento de 32% em onze meses, com um aumento médio de 2,9% por mês.
DICAS “QWERTYING” – 10/11/23 – recomendações e oportunidades para comprar na segunda-feira e vender na sexta-feira “curto prazo”, seguem abaixo | |||||
ATIVOS | Data | Preço de Entrada | Preço Justo | Potencial de valorização | |
1 | INTB3 | 13/11/23 | 19,10 | 35,00 | 83,25% |
2 | RRRP3 | 13/11/23 | 31,81 | 56,50 | 77,62% |
3 | CASH3 | 13/11/23 | 6,95 | 11,20 | 61,15% |
4 | GMAT3 | 13/11/23 | 6,00 | 9,00 | 50,00% |
5 | PRIO3 | 13/11/23 | 46,57 | 56,00 | 20,51% |
Conclusão
O cenário do mercado financeiro está em constante transformação, sendo vital manter-se atualizado sobre novas tendências, instrumentos financeiros e estratégias para navegar com sucesso nesse ambiente dinâmico.
Em relação às ações recomendadas desde janeiro de 2020, é fundamental ressaltar que o desempenho passado não garante resultados futuros. O mercado de ações está sujeito a uma gama de fatores, incluindo eventos macroeconômicos, políticos e até mesmo situações imprevisíveis, como pandemias.
Ao ingressar no mercado de ações, prudência, paciência e uma abordagem informada são essenciais. Recomenda-se, sempre que possível, buscar a orientação de um especialista financeiro para obter conselhos personalizados com base em sua situação financeira e objetivos de investimento.
Entretanto, é relevante observar que muitos ativos estão atualmente com preços atrativos. Para investidores dispostos a assumir riscos com fundos que não serão necessários nos próximos um ou dois anos, o momento pode ser propício para realizar compras. Contudo, é imperativo adotar uma abordagem paciente e monitorar de perto o desempenho desses ativos, avaliando posteriormente se mantê-los na carteira de investimentos é a decisão mais apropriada ou se a venda é mais vantajosa.
É crucial reter a ideia de que as orientações fornecidas neste contexto são exatamente isso – orientações. Elas devem ser interpretadas como tal. O investimento no mercado financeiro inevitavelmente envolve riscos, e buscar aconselhamento profissional antes de tomar qualquer decisão é altamente recomendado.
Lembre-se de que informações financeiras são tão voláteis quanto as nuvens no céu, podendo mudar rapidamente. Portanto, manter-se atualizado com notícias e atualizações é crucial. É prudente buscar informações em fontes confiáveis, considerando uma variedade de opiniões.
Investir em ações na Bovespa ou no mercado global envolve riscos substanciais, podendo impactar a totalidade do capital investido. No entanto, também oferece a oportunidade de obter ganhos expressivos.
ESCOLHAS DA EQUIPE “CARTEIRA QWERTYING”
Intelbras (INTB3)
A história da Intelbras começou em 1976, em Santa Catarina, com foco inicial na produção de centrais e dispositivos eletrônicos. Atualmente, segundo declaração da própria empresa, a Intelbras é a principal fabricante nacional de câmeras, equipamentos de segurança eletrônica e sistemas de comunicação. Afirma estar presente em 98% dos municípios com potencial de consumo eletrônico no Brasil, além de exportar para diversas nações. Sua ampla rede de distribuição abrange 370 distribuidores e quase 80 mil revendedores.
Grupo Mateus (GMAT3)
O Grupo Mateus é o quarto maior atacarejo do País, com 137 lojas no Maranhão, Pará e Piauí. Ilson Mateus construiu a rede que hoje emprega mais de 20 mil pessoas do zero, começando com uma pequena mercearia. O negócio foi crescendo até atingir quase R$ 10 bilhões de faturamento, em 2019. Apesar da atuação regionalmente restrita, a companhia está atrás do Assaí (do GPA), Atacadão (do Carrefour) e do grupo chileno Censosud no nicho de atacarejos. Antes de começar a trajetória de varejista, o fundador do Grupo atuou por cerca de um ano como garimpeiro. Depois de deixar o local sem encontrar ouro, ele começou outro negócio: a compra e venda de garrafas de vidro. Foi assim que ele chegou a Balsas, no sul do Maranhão, onde percebeu que havia demanda de migrantes do Rio Grande do Sul – que chegaram à área para plantar soja – por produtos básicos.
Desejamos a você ótimos negócios e sucesso em suas decisões de investimento!
EQUIPE QWERTYING, 10/11/23.